Vale do Itajaí recebe R$ 3 milhões para aquecer a economia

Economista dá dicas de como os micro e pequenos empreendedores podem usar os recursos para investir nos negócios e se tonar mais competitivo.

reais-dinheiroEssa semana o Vale do Itajaí recebeu um aporte de R$ 3 milhões para aquecer a economia local. Os recursos vêm do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, e, por meio da BluSol, instituição de microcrédito com sede em Blumenau, vai ajudar empreendedores e comerciantes da região a investir nos negócios.

Os R$ 3 milhões são a primeira parte de um total de R$ 15 milhões captados pela BluSol junto ao BNDES. A liberação do valor restante vai ocorrer em etapas. “Esse montante vai ser repassado aos empreendedores de micro e pequenos negócios por meio de empréstimos. Com isso, eles poderão fazer investimentos e melhorar as vendas nesse fim de ano”, explica o diretor da BluSol, Amadeu Trentini.

O professor e economista Nazareno Schmoeller explica que o investimento é a chave para o crescimento econômico e que deve ser entendido como um gasto que vai gerar um novo bem ou serviço. “No caso do microcrédito, normalmente, o empreendedor já tem bem claro a necessidade do investimento. E isto é muito importante, porque se não tiver um objetivo, um foco bem definido, vai jogar dinheiro fora”, afirma o economista. Ele lembra que o investimento deve permitir pagar as prestações e ainda sobrar dinheiro.

Onde investir?

Para o micro e pequeno empreendedor que está pensando em fazer um empréstimo, Schmoeller alerta que o crédito deve ser usado para ampliar os negócios e gerar mais renda. “Quando for usado para comprar uma nova máquina para ampliar a produção e as vendas é mais fácil perceber os resultados, mas quando for para capital de giro tem que tomar muito cuidado para não desviar os recursos para outras áreas e depois se complicar para pagar o empréstimo”, alerta o economista.

Sobre os tipos de investimentos, Schmoeller dá algumas dicas, como comprar algum equipamento que vai ampliar a produção, pois assim se torna um investimento produtivo. “Aquele que não investe perde mercado, se descapitaliza porque seus equipamentos vão ficando velhos e obsoletos”, explica. Ela ainda alerta que se deve investir na formação e capacitação dos colaboradores, incluindo os gestores. “O capitalismo está todo tempo se reinventando e é preciso manter-se atualizado”, argumenta.

Planejando o empréstimo

Segundo o economista, antes de tomar o empréstimo deve-se calcular qual seria o rendimento com o novo investimento, considerando o pagamento das prestações e o valor que o empreendedor pretende ter de lucro. O valor das parcelas é o primeiro a ser separado e deve ser pago pontualmente para manter sempre em dia o crédito, porque sempre serão necessários novos empréstimos para a ampliação dos negócios. “Crescer com qualidade de vida deve ser sempre a meta de qualquer empreendedor”, pontua Schmoeller.

Texto: Karin Bendheim