Trapamédicos: há 10 anos doutores em besteirologia transformam rotina de pacientes de Blumenau

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Projeto que começou com a iniciativa de uma pessoa hoje conta com um time de 50 voluntários que realizam visitas semanais em quatro instituições da cidade. ONG busca transformar a rotina de pacientes, levando alegria e carinho para quem está em recuperação

A batida na porta seguida de um “a gente pode entrar?” já mostra que o clima do quarto de hospital ganhará novos ares. Nariz vermelho, roupas coloridas, maquiagem, jaleco e sacolas carregadas de surpresas ganham, semanalmente, espaço nos hospitais de Blumenau. São os Trapamédicos, doutores em besteirologia que tem como objetivo transformar o dia de quem está em tratamento, levando alegria, atenção e carinho aos pacientes.

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Fundadora da ONG, Adriana Costa

São profissionais de diversas áreas que depois do expediente dedicam um pouco do seu tempo para visitar quem mais precisa. Sempre em dupla, os voluntários precisam de sensibilidade para encarar os desafios. “A gente nunca sabe o que vai encontrar, nem qual a reação do paciente quando abrirmos a porta do quarto. Muitas vezes a pessoa está passando por um momento bastante delicado e o que buscamos é amenizar essa situação. Não fizemos piada, mas, sim, transformamos o ambiente hospitalar, com mais humanização e leveza. Há situações em que fomos a única visita que o paciente recebeu, ou o motivo do último sorriso”, conta a fundadora da ONG, Adriana Costa.

O Trapamédicos completa uma década em 2016 já passou pelo quarto de cerca de 40 mil pessoas. O projeto, que começou singelo, a partir de um sonho pessoal, hoje já é compartilhado entre 50 voluntários, que dedicam um pouco do seu tempo para fazer a diferença na vida dos outros. As visitas ocorrem em quatro locais: Hospital Santa Isabel, Hospital Santa Catarina, Hospital Santo Antônio e Clínica Renal Vida.

Objetivo: ser palhaço de hospital

Desde criança, Adriana acompanhou o trabalho da avó como voluntária em um dos hospitais de Blumenau. Foi a partir do exemplo dela que resolveu seguir o mesmo caminho. Quando decidiu voluntariar, a empresária não teve dúvidas: queria ser palhaço de hospital.

“Comecei as visitas e percebi que não bastava colocar uma roupa estranha e um nariz vermelho. O voluntariado é algo sério e nós entramos em momentos difíceis na vida de boa parte das pessoas. Por isso fui atrás de cursos para oferecer um serviço de qualidade. Nós não tratamos doenças, mas sim pessoas”, diz.

A chegada dos amigos foi um processo natural e com as pessoas oferecendo ajuda para o projeto, Adriana acabou criando a ONG. Com 10 anos de atuação, a instituição foca em responsabilidade, prepara os voluntários através de cursos e avaliações e é patrocinada pelos hospitais do Pulmão e da Unimed. “A gente quer ser palhaço de hospital, mas da maneira correta, com dedicação, humanização. Por isso contamos com equipe qualificada não só nas visitas mas na administração e prestação de contas do Trapamédicos. Se transformamos a vida das pessoas que visitamos, tenho certeza de que a nossa ganha muito mais com cada dia de ação”, conclui a fundadora.

Raio X da besteirologia

Ano de fundação: 2006
Voluntários: cerca de 50
Pessoas visitadas: cerca de 40 mil
Pessoas visitadas mensalmente em 2016: cerca de 450
Locais que recebem Trapamédicos: Hospital Santa Catarina, Hospital Santa Isabel, Hospital Santo Antônio, Clínica Renal Vida

Apoiadores/patrocinadores: Hospital do Pulmão e Hospital da Unimed