Regresso da Itália após a 2ª Guerra Mundial, foi um dos momentos marcantes dos 80 anos do 23º BI

REBRILHA A GLÓRIA, FULGE A VITÓRIA – Ontem 32º Batalhão de Caçadores, hoje 23º Batalhão de Infantaria: Engrandecendo o nome do Exército Brasileiro. Desfile da Vitória na Rua XV de Novembro, 1945. | Foto: Arquivo Histórico de Blumenau (AHJFS).

 

 

O historiador Sérgio Campregher escreveu a primeira parte de um texto que lembrou da rica história do 23º Batalhão de Infantaria Jacintho Machado de Bittencourt, de Blumenau. Nesta segunda e última parte, o regresso dos combatentes da 2ª Guerra Mundial para Blumenau, o papel do exército nas enchentes de 1983 e 1984, as missões internacionais que participou, entre outros importantes resgates.

 

23º BATALHÃO DE INFANTARIA, 80 ANOS | Parte II

Em 31 de janeiro de 1949, o 32º Batalhão de Caçadores foi transformado em primeiro do 23º Regimento de Infantaria. Posteriormente, em 1º de fevereiro de 1950, foi transformado em 23º Regimento de Infantaria (23º RI).

 

Desfile da vitória – No regresso da Itália, tropas do 32º Batalhão de Caçadores desfilam na rua XV de Novembro em 1945. | Acervo: Arquivo Histórico de Blumenau (AHJFS).

 

A 1º de janeiro de 1973, em consequência da criação do Grupamento Leste Catarinense, hoje, 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, o 23º RI foi transformado em 23º Batalhão de Infantaria (23º BI), conservando a denominação até os dias atuais, cumprindo, com afinco e determinação, todas as missões que lhe são impostas.

Nesse mesmo ano, foi criado o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR), o qual recebeu, em 2013, a denominação Histórica de Núcleo 2º Tenente R/2 Anselmo José Hess, em homenagem ao valoroso Tenente Hess, falecido durante uma instrução de granada de mão.

 

NPOR/23º BI – O Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva do 23º Batalhão de infantaria é responsável pela formação do oficial da reserva (R/2). iniciou suas atividades em 1973 e tem por missão a formação moral, técnica- profissional e física do Oficial R/2 da Arma de Infantaria. | Foto: Acervo 23º BI.

 

Em 1983, o 23º Batalhão de Infantaria participou, ativamente, marcando sua história no apoio às vítimas da enchente, a qual teve a duração de 32 dias, quando o Rio Itajaí Açu atingiu a marca de 15,34 metros no dia 09 de julho. Haja vista a inexistência, naquela época, da Defesa Civil na cidade de Blumenau, o então o Comandante do 23º BI Tenente Coronel Barreto, que já tinha sua tropa aquartelada e prevendo algo de grandes proporções, pediu que fosse transferido o Comando das atividades para as instalações do 23º BI.

Em 1984, a história se repete. A enchente durou apenas alguns dias, porém o Rio Itajaí Açu atingiu a marca de 15,46 metros no dia 7 de agosto de 1984. Mais uma vez, o 23º Batalhão de Infantaria se fez presente e apoiou, com seu pessoal e material, a cidade de Blumenau e as cidades do Vale do Itajaí.

 

Atuação marcante: Coronel de Infantaria Antônio Bascherotto Barreto: atuação marcante nas enchentes de 1983/1984 rende gratidão permanente da comunidade Blumenauense. | Foto: Acervo 23º BI.

 

As lições aprendidas em 1983 e 1984 serviram de regra para outras inúmeras enchentes, bem como permitiram que fosse desenvolvido um sentimento de gratidão entre a sociedade blumenauense e o 23º Batalhão de Infantaria e, por extensão, ao Exército Brasileiro. A gratidão e o respeito ao 23º Batalhão de Infantaria permitiram que, em 19 de abril de 1994, fosse criada a Sociedade Amigos do Batalhão (SAB/23), com a finalidade de sedimentar os laços de amizade entre os militares da ativa, da reserva e de cidadãos ligados ao Exército.

Em novembro de 2008, mais uma vez todo o efetivo do 23º Batalhão de Infantaria, reforçado por outros militares do Exército Brasileiro, totalizando 1200 homens, prestaram apoio aos Órgãos de Segurança Pública no Vale do Itajaí-SC durante as enchentes e deslizamentos de encostas.

 

PATRONO

Em 14 de Junho de 1994, foi concedida ao 23º BI sua designação histórica: “Batalhão Jacintho Machado de Bittencourt” e seu respectivo Estandarte, em homenagem ao ilustre catarinense Jacintho Machado de Bittencourt. Desde Alferes, o Brigadeiro Jacintho Machado de Bittencourt mostrou seu elevado valor militar nas campanhas em que participou, como na Campanha da Cisplatina, na Revolução Farroupilha, Guerra da Tríplice Aliança, Batalha de Tuiuti, entre outras, onde soube dominar o inimigo como um verdadeiro líder, que guiava seus comandados pela atitude e pelo exemplo.

 

PATRONO: Ilustre catarinense Brigadeiro Jacintho Machado de Bittencourt. verdadeiro líder de atitude e exemplo. | Foto: Acervo 23º BI.

 

 

MISSÕES DO EXTERIOR

Em 1996, 110 militares deslocaram-se do 23º Batalhão de Infantaria para compor o Batalhão na Força de Paz da ONU, em Angola, (UNAVEM III). Os “ Lagartos Catarinenses”, trabalharam arduamente para que a paz fosse mantida naquele país. Em 2010, 28 militares, do 23º Batalhão de Infantaria, integraram o contingente que se deslocou para a Missão de Paz no Haiti, juntamente com pelotões do 62º e 63º BI, além de um pelotão enviado pelo Exército do Paraguai. Em abril de 2012, o Sentinela do Vale enviou uma Companhia de Fuzileiros para o Haiti com a missão de realizar a manutenção da paz, e a resgatar a capacidade administrativa e de dar as mínimas condições de dignidade ao povo haitiano.

 

MISSÕES NO BRASIL

De maio a agosto de 2011, o Batalhão participou com o efetivo de 100 militares da Operação Arcanjo III, onde realizou esforços para cooperar com a preservação na ordem pública nas comunidades dos Complexos da Penha e do Alemão, na guarnição do Rio de Janeiro-RJ. Em 2014, o 23º Batalhão de Infantaria enviou tropa, com o efetivo de uma Cia Fuz, a fim de apoiar a segurança, na cidade de Curitiba, durante a Copa do Mundo de 2014. Ao final de 2014, o 23º Batalhão de Infantaria destacou o efetivo de uma companhia para compor a Força de Pacificação do Complexo da Maré, na Operação São Francisco, a fim de implantar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região ameaçada e tomada por facções criminosas locais. Em 2016, por ocasião dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro (Rio 2016), o 23º BI integrou com 1 (um) Pelotão de Fuzileiros, mais pessoal de apoio, a Unidade da 14ª Bda Inf Mtz, responsável pela segurança no maior evento esportivo já realizado na América do Sul.

 

REBRILHA A GLÓRIA, FULGE A VITÓRIA – Ontem 32º Batalhão de Caçadores, hoje 23º Batalhão de Infantaria: Engrandecendo o nome do Exército Brasileiro. Desfile da Vitória na Rua XV de Novembro, 1945. | Foto: Arquivo Histórico de Blumenau (AHJFS).

 

Após a leitura do histórico do 23º BATALHÃO DE INFANTARIA – “BATALHÃO JACINTO MACHADO DE BITTENCOURT”, depreende-se que a Unidade tem cumprido, ao longo de seus 80 anos, a missão para qual foi destinada. Além disso, vem engrandecendo o nome do Exército Brasileiro por suas participações nos mais importantes eventos militares e sociais no Brasil e no mundo, destacando-se a participação na FEB, durante a 2ª Guerra Mundial, nas missões de Paz em Angola e no Haiti, nas operações de Pacificação no Rio de janeiro e o fundamental apoio à sociedade blumenauense e do Vale do Itajaí nas catástrofes que assolaram a região durante o século XX e XXI.

 

EXÉRCITO BRASILEIRO -Ao longo de seus 80 anos, o 23º Batalhão de Infantaria, “Batalhão Jacinto Machado de Bittencourt”, cumpre a missão para qual foi destinado: defesa da Pátria, manutenção dos Poderes Constitucionais e Garantia da Lei e da Ordem. E no Vale do Itajaí, sua presença exerce papel fundamental no apoio à Defesa Civil. | Foto: Soni Robinson

 

Sérgio Campregher
Historiador.