Em março deste ano, o Parlamento Europeu aprovou uma legislação para banir uma série de produtos plásticos descartáveis, incluindo cotonetes, canudos, copos, pratos e talheres a partir de 2021. O Brasil, segundo dados do Banco Mundial, é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, com 11,3 milhões de toneladas. Cada brasileiro produz, em média, aproximadamente 1 quilo de lixo plástico por semana.,
A maioria desses produtos são usados uma vez só e depois jogados fora. Em algum lugar todo esse lixo acaba e infelizmente afeta todo o ecossistema. A queima libera na atmosfera gases tóxicos, enquanto o descarte ao ar livre polui o solo, aquíferos e reservatórios de água.
De olho nessa tendência mundial, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ) propôs em Brasília o Projeto de Lei 2928/19, que proíbe a fabricação, importação e comercialização de sacolas, pratos, copos e talheres de plástico. Ficam fora da proibição, os produtos feitos em plástico biodegradável de origem renovável.
Talvez as primeiras perguntas que vieram à nossa mente foram: “E os empregos que geram essas indústrias plásticas? O impacto na economia?” Infelizmente temos que fazer escolhas, que incluem vivermos cada dia mais ou menos doentes. Que tal substituirmos esses produtos a tempo de evitar maiores perdas, que podem criar novas fontes de renda.
Micropartículas
Medindo menos de 2 milímetros, a presença de microplásticos no organismo humano pode afetar a saúde de inúmeras maneiras. Se acumulados no trato gastrointestinal, esses materiais podem interferir na resposta imunológica do intestino. Isso sem contar o risco da absorção de produtos químicos tóxicos ao corpo.
Esse material minúsculo tem sido encontrado, há anos, poluindo as águas dos oceanos e, consequentemente, no organismo de várias espécies de vidas marinhas. Diversas pesquisas já detectaram quantidades significativas do material em atum, lagosta e camarão, por exemplo. Essas partículas podem ser absorvidas pelos organismos e atravessar as barreiras imunológicas, afetando órgãos e tecidos.
Por isso, o projeto proíbe também a fabricação e a importação de cosméticos com micropartículas de plástico como componente. Esses microplásticos são partículas geralmente menores que dois milímetros usadas em cosméticos como esfoliantes.
“Essas microesferas passam pelos sistemas de tratamento de esgoto e são despejadas nos rios e mares. Ao serem ingeridas por animais marinhos entram na cadeia alimentar, podendo contaminar os pescados”, explica o deputado.
Bom, estamos falando de uma proposta, ou seja, nada aprovado. Por enquanto ela tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.