O inverno de 2014, teve mais chuva e o frio típico de Santa Catarina

Faltando apenas uma semana para começar a primavera no Hemisfério Sul, dia 22/09 às 23h29min, pode se dizer que o inverno de 2014 se configurou como o previsto pela Epagri/Ciram. Nosso primeiro boletim para estação apontava um inverno com mais chuva e frio típico, não rigoroso.

O que mais marcou a estação foi a chuva histórica (recorde) de junho, com ocorrência da pior enchente no Rio do Peixe na última semana do mês, desde 1983. A chuva de junho foi duas a três vezes maior do que o esperado para o mês, em boa parte do Estado. Por outro lado, nos messes de julho e agosto a chuva foi mais escassa. Mesmo assim, o acumulado do o trimestre ficou acima da média para o período, como mostra a Figura 1

Com relação à temperatura, as mínimas ficaram bem próximas do esperado para a estação e as máximas ligeiramente acima (tardes mais amenas), como mostra as Figuras 2 e 3. Nos meses de junho, julho e agosto pelo menos nove massas de ar frio atingiram SC, porém a maioria se deslocou rapidamente para o oceano, deixando o frio pouco duradouro, o que deu a entender que não fez quase frio nesse inverno. Ao contrário de 2013, que teve neve histórica no Estado em julho, 2014 teve apenas um episódio de neve fraca no dia 25 de julho na serra catarinense. A madrugada mais fria do ano ocorreu no dia 14 de agosto, com temperatura de 8.3 graus negativos em Urupema, na serra catarinense, temperatura mais baixa do Brasil neste ano.

Nesta última semana de inverno ainda teremos diminuição de temperatura em SC, entre a terça e quarta-feira, e novamente no próximo fim de semana, por influência de duas massas de ar frio que avançam pelo Sul do Brasil, mas a previsão é elevação gradativa das temperaturas a partir do início da próxima estação.

precipitacao-inverno_2014

Figura 1 – Porcentagem de precipitação acumulada nos meses de JUN/JUL/AGO.

Anomalia-temperatura-inverno_2014

 

Figura 2 – Desvio da temperatura mínima com relação a média climatológica nos meses de JUN/JUL/AGO

Anomalia-temperatura-Max-inverno_2014

 

Figura 3 – Desvio da temperatura máxima com relação a média climatológica nos meses de JUN/JUL/AGO

Gilsânia Cruz e Marcelo Martins – Meteorologistas do Epagri/Ciram