Dólar volta a cair e bolsa fecha no maior nível em quase cinco anos

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

Por Wellton Máximo, da Agência Brasil

Em um dia de tranquilidade no mercado financeiro, o dólar caiu para o menor valor em quase três meses, e a bolsa de valores fechou no maior nível em quase cinco anos. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (23/01/17) vendido a R$ 3,169, com queda de R$ 0,014 (-0,43%). A cotação fechou no valor mais baixo desde 8 de novembro (R$ 3,167), dia das eleições que elegeram Donald Trump presidente dos Estados Unidos.

O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou com alta de 1,9%, aos 65.748 pontos. O indicador está no nível mais alto desde março de 2012. Os maiores ganhos ocorreram com as ações da mineradora Vale e do Banco do Brasil, com altas próximas a 4%.

No mercado de câmbio, contribuiu para a queda do dólar o fato de o Banco Central ter vendido 15 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro e têm como objetivo segurar a alta ou forçar uma queda da divisa. A moeda norte-americana acumula queda de 2,5% em janeiro.

Em novembro, o dólar subiu 6,18% após Trump vencer as eleições para a presidência dos Estados Unidos. A moeda, no entanto, reverteu a alta nas últimas semanas, operando próximo aos níveis registrados antes da votação.

No início de dezembro, o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, anunciou que os juros básicos dos Estados Unidos podem subir até três vezes este ano dependendo da política econômica de Trump. Segundo o órgão, caso o novo presidente aumente os gastos públicos para estimular a maior economia do planeta, a autoridade monetária terá de subir os juros para evitar que a inflação no país aumente.

Taxas mais altas nos Estados Unidos estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil, e pressionam para cima o dólar em todo o planeta. Isso porque os investidores internacionais lucram menos com a diferença entre as taxas altas nos países emergentes e as taxas menores nos países desenvolvidos.