Mercadorias compradas e não entregues, produto ou serviço recebido diferente das especificações da venda anunciadas pela empresa e clonagem de cartão. Esses foram os golpes financeiros mais comuns aplicados no comércio eletrônico nos últimos 12 meses, segundo pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
De acordo com o estudo, 46% dos internautas brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude financeira, o que equivale ao universo de 12,1 milhões de pessoas. Quase um quarto das vítimas perdeu documentos pessoais. “A dica ao consumidor é sempre iniciar a navegação de consumo com a devida desconfiança. Isso pode evitar a euforia imediata”, explica o advogado de direito do consumidor Kaio H. Zandavalli, do Basso, Cadore & Krahl Advogados, que tem escritórios em Palhoça e Concórdia.
O profissional listou dicas valiosas para não cair em golpes na internet:
Não use dispositivos não confiáveis
Hackers podem utilizar de vírus complexos para monitorar as informações que as pessoas depositam nos dispositivos eletrônicos. Então, dispositivos sem antivírus ou até mesmo com programas piratas instalados não são aconselhados. Ainda, preste atenção na rede de internet utilizada, o consumidor pode estar sendo monitorado sem saber!
Desconfie das super-promoções
Se o consumidor encontrar o bem que procura por um valor muito abaixo do normal, seguramente deverá substituir a euforia pela cautela. Pessoas com péssimas intenções sempre buscarão gerar emoções que suplantem a razão. Todo o cuidado é pouco.
A loja online tem certificado de segurança (Https)?
Ao entrar no site onde deseja realizar a compra, analise se o navegador acusa insegurança no endereço eletrônico. Empresas sérias se preocupam tanto quanto o consumidor com a segurança de suas plataformas e por isso investem nisso. Uma dica muito simples é verificar como é iniciado o endereço eletrônico: se for se for “https”, o consumidor pode ficar um pouco mais tranquilo, mas, se for “http”, ligue o alerta.
Atenção aos detalhes
Detalhes como identificação visual, estilos de cores, qualidade das fotografias, grafia adequada, informações de produto e de pessoa não controversas, transparência e integração harmônica e profissional do sistema são sinais muito importantes na avaliação de segurança. Geralmente são nos detalhes que os malfeitores pecam.
Outra dica valiosa é prestar atenção nos momentos finais do negócio. Se o consumidor está em um site específico de vendas de produtos, mas a empresa exigir pagamento somente via depósito bancário, a orientação é suspender o negócio. Agora, se o consumidor estiver realizando um negócio em sites de anúncio livre, tome muito cuidado com as exigências de depósito antecipado.
Confira a reputação do vendedor!
Sites como reclameaqui.com.br são uma fonte valiosa para o consumidor identificar a idoneidade do vendedor e até mesmo saber se a empresa trata seus clientes com o devido respeito. Em sites de anúncio livre, o consumidor pode se apegar um pouco mais na reputação de histórico do vendedor.
Entre em contato com o vendedor
Feitas as identificações mínimas em ambiente virtual, não dispense o contato direto com o vendedor, o consumidor poderá perceber o nível de profissionalismo do vendedor e retirar todas as dúvidas necessárias. Poderá, ainda, exigir os certificados e autorizações públicas de funcionamento ou até mesmo marcar local para vistoriar o(s) bem(ns) e analisar a respectiva documentação.
É bom lembrar que vendedores sérios prezam por estabelecer o máximo de vias de contato com os seus clientes, pois o bom relacionamento tende a gerar novos negócios a ele.
Faça a sua prova
Se o consumidor concluir, ao final, que é seguro fazer o negócio, não poderá deixar registrar tudo que for possível. Tire printscreens das telas, guarde os números de pedido, os números de protocolos, exija a transcrição das conversas e dúvidas realizadas e, principalmente, guarde o comprovante de pagamento.
Identifique as informações básicas do vendedor
Sempre que for realizar uma compra on-line, tenha o cuidado de identificar quem é exatamente o vendedor. Se for pessoa jurídica, já é um bom sinal, isso porque a empresa tem a obrigação de informar o seu CNPJ aos consumidores; com isso, o consumidor pode conferir as informações no site do Ministério da Economia.
Além disso, o consumidor pode dar uma lida rápida na política da empresa, visto que é ali onde o fornecedor tratará das políticas de garantia contratual, devolução de produtos e afins.
Se o vendedor e beneficiário direto for pessoa física, o consumidor deve ficar mais atento, visto que a obtenção de informações pessoais é um pouco mais complicada. Nesse caso, peça pelo menos o nome completo da pessoa e até mesmo o número do CPF, de modo a possibilitar pesquisas de idoneidade da pessoa nos órgãos oficiais.
Você pode conferir o CNPJ pelo site do Ministério da Economia, clicando aqui.