Blumenauense fez viagens científicas pelo Brasil e foi diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva
Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva

 

Por Claus Jensen

O nome de João Geraldo Kuhlmann, não é tão citado na história de Blumenau. Ele nasceu na cidade em 1882 e participou de várias viagens científicas pelo interior do Brasil na primeira metade do século XX. Filho dos imigrantes Frederico Kuhlmann e Rosália Bodenberg, a família foi morar em Petrópolis (RJ) e dali para a Gávea, no Rio de Janeiro (RJ), na época capital federal do país.

Orientado pelo cunhado, o botânico Frederico Carlos Hoehne, Kulhmann se dedicou à ciência e anos depois passou a lecionar. Em reconhecimento ao seu trabalho, o governo federal, num decreto de 1960 (dois anos depois da sua morte), criou Museu Botânico Kuhlmann. O espaço está localizado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde ele também foi diretor entre 1944 e 1951.

Kuhlmann era um especialista em Taxonomia de Angiospermas e grande coletor de material herborizado, que foi reunido no museu; e onde era possível a ambientação em botânica para pesquisa. Os gêneros Kuhlmannia J.C.Gomes (sinônimo de Pleonotoma) e Kuhlmaniella Barroso (sinônimo de Dicranostyles) foram batizados em sua homenagem.

Referência para o conhecimento da flora brasileira, Kuhlmann influenciou um grande número de pesquisadores, como William Rodrigues e outros. Publicou cerca de oitenta trabalhos, descrevendo vários novos gêneros, espécies e até mesmo famílias, como Peridiscaceae. O botânico blumenauense morreu no Rio de Janeiro em 1958.

Algumas obras:

  • Kuhlmann, J. G. & A. J. Sampaio (1928): Clinostemon, novo Gênero de Lauráceas da Amazônia. Boletim do Museu Nacional do Rio de Janeiro 4 (2):57-59.
  • Kuhlmann, J. G. Arquivos do Serviço Florestal. 3: 4. 1950 (trabalho onde descreve Peridiscaceae).