De acordo com reunião realizada em Chapecó, Santa Catarina, na última quarta-feira (24/10/18), as ações das famílias das vítimas do acidente aéreo da delegação da Chapecoense devem se desenvolver em três frentes. O encontro contou com a presença de especialistas, advogados, familiares e diretores do clube.
Segundo Josmeyr Oliveira, advogado da Associação dos Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (AFAV-C), uma das ações será na Colômbia, contra a Aerocivil, órgão estatal que regulamenta a aviação civil daquele país. Essa ação deverá ter início até o dia 29 de novembro, data que se completam dois anos do acidente.
A segunda ação é uma carta-denúncia à ATS da Bolívia, órgão de fiscalização das seguradoras, questionando sobre o não pagamento do seguro da LaMia, companhia aérea contratada para o transporte da Chapecoense.
Está prevista ainda uma terceira ação que poderá ocorrer no Brasil ou nos Estados Unidos. De acordo com o advogado, será contra a LaMia Bolívia, LaMia Venezuela, seguradoras, resseguradoras e corretoras, entre outros envolvidos. Se acontecer no Brasil, existe maior possibilidade de prorrogar o prazo de ingresso da ação. Já nos Estados Unidos, o sucesso pode ser maior e mais rápido, uma vez que o contrato de locação da aeronave da Lamia para a Chapecoense foi redigido em Miami.
Em recente missão aos Estados Unidos, Colômbia e Bolívia, o advogado da AFAV-C declarou que teve acesso ao computador do ex-senador da Venezuela, Ricardo Albacete. Ele alega que operava apenas a LaMia Venezuela e alugava as aeronaves para a LaMia Bolívia, que seria operada pelo piloto, Miguel Quiroga, morto no acidente, e Marcos Rocha, exilado nos Estados Unidos. Mas, os e-mails trocados comprovaram a relação de Albacete com a empresa LaMia Bolívia.
O contrato com a LaMia foi firmado no dia 25 de novembro de 2016. O plano de voo previa levar a delegação de Chapecó até São Paulo, para cumprir o jogo com o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, e, em seguida, de São Paulo à Bolívia com destino a Medellin, na Colômbia, onde aconteceria o confronto contra o Atlético Nacional. Mas a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) não autorizou o voo por não ter acordo aéreo com a Bolívia para a operação. Este fato fez com que a Chapecoense buscasse outra opção de companhia para chegar à Bolívia e depois ao destino final, Medellin.
A queda do avião que transportava toda a equipe da Associação Chapecoense de Futebol, tripulantes e jornalistas aconteceu em 29 de novembro de 2016, na Colômbia, deixando 71 mortos e 6 sobreviventes. A aeronave decolou de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) com destino a Medellín, na Colômbia.