Fotos: divulgação
Em uma país onde as empresas custam a ultrapassar os cinco anos de existência, completar um século é um feito histórico. Quem acaba de alcançar esse importante marco foi a Wanke, fabricante de eletrodomésticos de Indaial (SC).
Integrante da quarta geração da família, que tem origem austríaca, o diretor-presidente Eduardo Wanke não tem dúvidas quanto ao segredo da longevidade: estar em constante reinvenção. Ele comenta que a empresa passou por diversas dificuldade, mas o poder de reinvenção sempre acompanhou as decisões estratégicas. “Os acertos sempre foram superiores aos erros e a experiência nos deixava cada vez mais fortes. Em cem anos, acompanhamos muitas das mudanças tecnológicas e mercadológicas e saímos vitoriosos de todas elas”, relembra.
Hoje, a Wanke possui produz mais de 500 mil produtos por ano, entre máquinas de lavar, centrífugas e secadoras de roupa, de diversos modelos e tamanhos. Eles são comercializadas em todo o Brasil e também no Paraguai, importante mercado conquistado pela marca.
Futuro
Segundo Eduardo Wanke, mais mudanças devem ocorrer nesse novo século que se inicia. Entre elas, a consolidação da profissionalização da gestão, na qual a família passará a ser representada no Conselho Administrativo. Nesse processo, está prevista também a elaboração de um acordo de acionista, cujo objetivo será a preservação e continuidade da companhia. “Para que toda a nossa história fosse possível, temos que agradecer a cada colaborador que passou pela Wanke, pois eles são os heróis que fizeram a história dessa empresa, com ética, simplicidade, humildade e vontade de aprender”, enaltece.
Passado
Fundada em 1918 pelo austríaco Henrique Wanke, a empresa carrega na trajetória o DNA do empreendedorismo. O fundador nasceu em 1877, em Bransdorf, e desembarcou no Brasil em 1891. Na época, ele chegou ao Rio de Janeiro e seguiu para Curitiba, no Paraná, onde aprendeu a profissão de torneiro mecânico. Em 1899, mudou-se para Porto Alegre em busca de melhores condições de vida.
Como não conseguiu emprego na capital gaúcha, decidiu ir para Santa Catarina e, para isso, literalmente, caminhou por longos 26 dias até chegar em Indaial. Na cidade, conseguiu o tão desejado emprego como torneiro mecânico com Bruno Oestreich. “Além do ofício, também conquistou o coração da filha do empregador, Emma Oestreich, com a qual se casou, em 1900”, brinca o tataraneto Eduardo Wanke. Daa união, nasceram 12 filhos.
Em 1918, ele adquiriu a empresa do sogro e ela passou a se chamar Henrique Wanke Firma Individual. De uma pequena oficina de consertos de carroças e latoaria, passou a produzir máquinas agrícolas. Em 1937, a empresa se tornou a Metalúrgica Henrique Wanke S/A. Em 1960, a máquina de lavar, que era para ser somente mais um item do mix de produtos, passou a ser o carro-chefe da companhia.
Até os anos de 1980, a Wanke ainda se dividia entre a linha branca e as peças fundidas. Na década de 1990, com a entrada de produtos chineses no Brasil, as atividades de fundição foram descontinuadas. Desde então, as máquinas de lavar roupa, que já tinham caído no gosto popular devido à qualidade e durabilidade, assumiram o lugar principal na produção. Hoje, a Wanke é uma das maiores indústrias de eletrodomésticos do Brasil e figura entre as quatro maiores fabricantes de lavadoras semiautomáticas mais importantes do país.