Produção artesanal conquista grande fatia do mercado e atrai o interesse dos apaixonados pela bebida
Ein prosit! Zigue zague hoi hoi hoi! Caneco cheio de chope, trenzinho, trajes típicos e muita alegria. Basta citar alguns elementos da Oktoberfest para arrancar sorrisos dos visitantes da cidade. A paixão pela bebida está ultrapassando os limites da festa e chegando à sala de aula. Turistas de todo o Brasil que visitarem a cidade catarinense em outubro poderão aprender mais sobre produção e degustação de cerveja. A Escola de Cerveja e Malte, a primeira da América Latina no segmento, vai oferecer minicursos de produção e de degustação da bebida. As aulas serão realizadas nos dias 11, 18 e 25/10, na sede da escola, podendo ter dias e horários ampliados conforme a procura dos interessados.
Com os cursos, os participantes poderão aprender mais sobre a história da cerveja, os tipos de fermentação, os estilos e o principal: produzir ou degustar diferentes tipos da bebida. “Todo apaixonado por cerveja sabe que há uma grande diferença entre a produção artesanal e a industrial. Além disso, querem aprimorar o que há de melhor em todo o processo: a degustação, conhecendo os ingredientes essenciais que dão diferentes estilos para cada bebida oferecida”, afirma o professor da Escola de Cerveja e Malte, Gilson Isleb.
Como os cursos são voltados para visitantes da cidade, terão conteúdo compacto, com aulas que variam de uma até quatro horas de duração. “Eles poderão sair de sala de aula e colocar o conhecimento em prática na Oktoberfest”, acrescenta o professor.
Mais produção e maior busca por conhecimento
O segmento está crescendo a cada ano. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE) atualmente são cerca de 200 empreendimentos concentrados principalmente nas regiões Sul e Sudeste, mas a previsão é que o setor conquiste até cerca de 5% da fatia do mercado em 10 anos. Todo este estímulo tem incrementado a busca por conhecimento no setor. Nos seis primeiros meses deste ano, a Escola de Cerveja e Malte recebeu uma demanda de 600 alunos e ofereceu mais de 50 cursos, entre workshops, especializações e a Pós Graduação de Tecnologia Cervejeira.
Mais de 60% dos estudantes são produtores de outros Estados e buscam aprender na Escola que tem sede em Blumenau, considerada uma das cidades mais alemãs do Brasil e é considerada a Capital Brasileira da Cerveja, totalmente inserida na cultura cervejeira. No Vale do Itajaí está concentrado o maior número de cervejarias artesanais de Santa Catarina. A maioria abriu as portas nos últimos anos, levando para a população brasileira as tradicionais receitas de famílias que colonizaram a região e o cumprimento à risca da lei da Pureza Alemã (Reinheitsgebot). “A produção artesanal no Brasil está crescendo, mas ainda é um adolescente e precisa aprender ainda mais”, conclui o professor.
Texto: Martha Kienast