Outdoors assinados pela Sociedade Maçônica Regional (Somar) e espalhados em ruas de Blumenau, sugerem o crescimento das despesas da Câmara de Vereadores entre 2009 e 2017. As principais entidades representativas do município, já tinham apresentado em junho uma sugestão para reduzir do número de cargos da estrutura legislativa da câmara. Na época, o presidente da câmara, Marcos da Rosa (DEM), tinha comentado que seria impossível acatar a sugestão dada pelo G6.
Na sessão ordinária desta quinta-feira (9) o vereador Alexandre Caminha (PSD) criticou os outdoors “Não admito empresários de classes como a Somar que se utilizam do dinheiro deles, que pode ser de alguns dos nossos aqui, para fazer propaganda política no momento em que poderíamos estar discutindo outros temas”.
Caminha sugeriu que a Somar utilize o dinheiro para auxiliar entidades ou coloque outdoors para discutir o voto útil, a mudança do pacto federativo ou a alta carga tributária, temas para os quais teriam apoio dos parlamentares. Questionou a moralidade de alguns membros dessa Sociedade e lembrou que a atual legislatura assumiu em 2017, não tendo relação com os gastos anteriores. “Dizer que o aumento registrado de nove anos para cá é culpa nossa é irresponsabilidade”.
Marcos da Rosa (DEM) apresentou um gráfico dos gastos da Câmara no mesmo período, assinalando que o aumento foi de 59%, descontada a inflação, e não 170%, como consta nos outdoors. Ressaltou que parte do aumento nas legislaturas anteriores se justifica pela saída da Câmara do prédio da prefeitura e a realização de concurso público para cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público. Também apresentou aos vereadores outro gráfico com a diferença dos gastos entre os anos, apontando que essa legislatura foi responsável pela maior economia já registrada e que em 2018 a economia será de quase R$ 8 milhões.
O presidente ainda questionou a motivação dos outdoors, dizendo que a Câmara cumpre compromisso com a sociedade de reduzir gastos, não aumentar o número de vereadores e nem reajustar os salários dos vereadores. “Não entendo o porquê dessa abordagem nesse momento, por isso estamos ouvindo muitas pessoas dizendo que a motivação é puramente política, para prejudicar a possibilidade de aumentar a representatividade política da nossa região”.
O vereador Professor Gilson (PSD) questionou por que a Somar ou o G6 não manifestaram apoio aos vereadores que, ao assumir o mandato, abdicaram de utilizar carros da Câmara ou telefone celular. “Não demonstraram apoio à redução de gastos naquele momento e misteriosamente agora, próximo ao mês de outubro, esses empresários querem levar vantagem da economia que fizemos dizendo que esse enxugamento ocorreu por causa de um documento assinado”, disse.
Bruno Cunha (PSB) opinou que o outdoor foi um equívoco e que a entidade deve desculpas à Câmara e aos vereadores que são integrantes. “Pegaram números descontextualizados e colocaram isolados dando a entender que nós todos somos grandes gastadores de dinheiro público, justamente no período eleitoral. Não podemos permitir esse processo de criminalização da política, que tira o incentivo para que outros participem desse processo”. Lamentou que em Blumenau lideranças empresariais joguem contra a valorização do voto local, os mesmos que posteriormente reclamam da pouca verba pública disponibilizada para Blumenau.
Já o vereador Adriano Pereira (PT) registrou que existem grupos empresariais que buscam manchar a imagem do Poder Legislativo e batalham pra prejudicar o possível aumento da representatividade política da região. “É apenas aproveitamento político feito por quem não tem competência de se eleger ou não tem coragem de colocar o nome à disposição nas urnas para fazer mais ou melhor do que estamos fazendo”.
Fonte: Câmara de Vereadores