Até janeiro de 2016, o maior problema para os usuários do transporte público e moradores em estradas de barro de Blumenau, eram os buracos. Mas o que era ruim, ficou pior ainda com a entrada da Viação Piracicabana e seus ônibus em péssimas condições de conservação.
A empresa de ônibus que fazia a linha 103 (Itoupava Rega) era a Verde Vale, trajeto que os motoristas conheciam muito bem. Segundo o usuário Jean Paulo Draeger, de 21 anos: “Todo dia estão mandando profissionais diferentes, que muitas vezes nem conhecem o trajeto. Os motoristas e cobradores da Verde Vale, que faziam a linha há anos, não estão mais fazendo. Além disso, os veículos eram superiores a esses velhos da Piracicabana.”
A falta de horários também é um grande problema de quem depende do transporte coletivo para estudar e trabalhar. De acordo com Jean, a comunidade da Itoupava Rega e Vila Itoupava está indignada com a falta de frequência. “Nas últimas três semanas, consegui pegar o ônibus apenas duas vezes para ir trabalhar no centro. Ou o ônibus não vinha de manhã cedo, ou não vinha de noite”, completa Draeger. Infelizmente não é um problema só dessa região.
E para você ter uma ideia do “balanço dentro do ônibus” da Viação Piracicabana, basta ver esse vídeo gravado na tarde desta quarta-feira (17/02/16) por Jean, com o ônibus que sai às 18h15min do Terminal Aterro. Jean disse que o veículo anda por 18 km em estrada de chão, sendo 3km do ponto final na rua Paul Draeger e outros 15km na rua Erwin Manske.
O povo blumenauense ainda tenta entender porque esses ônibus não saíram das diversas garagens de onde o Grupo Comporte os enviou, com uma manutenção decente feita pelos profissionais dessas empresas.
Será que os dirigentes da Viação Piracicabana, parte de um dos maiores grupos de transporte rodoviário do país, achavam realmente que tirar funcionários (manutenção) das três empresas de Blumenau, ia ser um processo tranquilo e na semana seguinte os ônibus estariam tinindo de bons? Suspeito que não.