Um aplicativo de celular onde o usuário informa as promoções dos supermercados

Pesquisar preços para economizar é um mantra em tempos de pouco dinheiro. O problema é tempo para correr atrás. Que tal juntar essa necessidade com o mundo das redes sociais, em uma economia cada vez mais colaborativa? Em vez de um pesquisar os preços, todos colaboram e ficam informados ao mesmo tempo, pelo celular, que sempre está conosco.

Isso tudo foi possível graças ao Ricardo Heil e o Anderson Buzzi, que criaram o aplicativo para celular Taggui. Entrevistamos o Ricardo, que falou como o projeto foi criado, desde a inspiração.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

OBlumenauense: Faz muito tempo que vocês desenvolveram o aplicativo Taggui?

Ricardo Heil: A ideia nasceu em 2012, quando a esposa de um amigo ficou grávida e ele ficou muito preocupado com preço de fraldas. Como nós trabalhávamos na área de TI, ele sugeriu criar um aplicativo para compartilhar preços de fraldas. A princípio pensamos em desenvolvê-lo, mas acabamos deixando a ideia de lado.

Na segunda quinzena de dezembro do ano passado, teve uma luta do UFC e uma ótima promoção de cerveja aqui em Blumenau. Muitas pessoas estavam compartilhando a promoção no Facebook. Daí lembramos da história das fraldas, em que as pessoas querem saber as ofertas e sentem falta de uma ferramenta para compartilhá-las. A partir daí, desenvolvemos o Taggui em apenas dois meses, que foi lançado no Google Play em março.

OBlumenauense: Vocês trabalham com desenvolvimento de aplicativos para celular?

Ricardo Heil: Eu não. Sou analista de sistemas na mesma empresa onde conheci o Anderson. Nós desenvolvemos esse aplicativo fora do horário de trabalho, após o expediente e nos finais de semana. O Anderson saiu da empresa faz algum tempo para se tornar empreendedor, e desenvolve aplicativos sob demanda em diversas plataformas, voltados à empresas.

OBlumenauense: Quando vocês desenvolveram o projeto, de que forma planejaram o retorno financeiro do aplicativo?

Ricardo Heil: A nossa ideia é manter o aplicativo gratuito e sem propaganda. Por enquanto estamos pagando tudo de nosso bolso, como a hospedagem do servidor e claro, o tempo que investimos no seu desenvolvimento. Mas também não tivemos nenhum prejuízo financeiro. Futuramente, se for para ganhar dinheiro, será através dos próprios supermercados. Pode ser através de ofertas patrocinadas ou o direcionamento de ofertas para públicos específicos. Se for para ter algum retorno financeiro, seria dessa forma e não com propagandas que atrapalham o uso do aplicativo.

Taggui_06OBlumenauense:  Hoje vocês tem quantos usuários cadastrados?

Ricardo Heil: Tudo mudou desde que mostramos o Taggui na TV aberta. Primeiro foi no Jornal do Meio Dia da RIC Record, no dia 8/7. Depois o pessoal da RBS também ligou querendo gravar uma matéria para o Jornal do Almoço, que saiu no dia seguinte. Após toda essa divulgação, já haviam mais de 1.500 downloads. São pessoas que baixaram e abriram o aplicativo pelo menos uma vez.

Antes das reportagens, tínhamos uns 100 downloads e 40 usuários registrados, um número que também aumentou significativamente para 600. O interessante é que agora pessoas de outras cidades também começaram a usar, já que funciona para qualquer município do Brasil. O aplicativo registra a cidade, localizada automaticamente através do GPS e direciona as ofertas para onde a pessoa está.

OBlumenauense: Como vocês divulgaram ele no começo?

Ricardo Heil: Ah, primeiro para nossos amigos e familiares. Depois começamos a mandar e-mails para vários veículos de mídia, como vocês. O aplicativo funciona melhor se tiver um número considerável de pessoas cadastradas, com interferência mínima nossa na base de dados. Porque são as pessoas que vão no mercado e colocam o que elas acham barato.

A vantagem é que são registradas ofertas de diversos mercados. Se eu compro sempre no Giassi, por exemplo, vou saber as ofertas em outros lugares, já que cada usuário informa os preços do local onde compra.

OBlumenauense: E como funciona?

Ricardo Heil: É bem simples. A pessoa se cadastra pelo próprio nome de usuário do Facebook, descreve a mercadoria, coloca o preço, mercado e cidade. Estes dois últimos, o sistema mantém gravado e já sugere na próxima vez que uma oferta for cadastrada.

OBlumenauense: E quando as pessoas escrevem o nome do supermercado ou produto errados, ficando fora de um padrão?

Ricardo Heil: Por isso é muito importante o usuário cadastrar com as informações o mais certo possível. Hoje teve muita gente usando e fiquei atento. Alguns escreviam com as letras erradas, como Coomper com “m” ou mercados com sobrenome alemão. Por enquanto nós conseguimos fazer a correção no sistema, porque a quantidade de usuários ainda é pequena. Mas no futuro, com a abrangência que tem, talvez não será possível.

OBlumenauense: Muitas pessoas se preocupam hoje com os dados que são fornecidos na hora do cadastro para uma empresa. Como funciona no Taggui?

Ricardo Heil: Nós não fornecemos ou publicamos as informações pessoais de ninguém, somente o nome da pessoa para mostrar quem é que postou a oferta. Além disso, armazenamos o gênero (masculino ou feminino) e e-mail. Elas são necessárias para extrair estatísticas do sistema, mas não utilizamos para mais nada.

 

Hoje ele pode ser baixado apenas para o Android, através do Google Play. Agora já existe até uma versão online (http://taggui.com.br/app), que não tinha sido divulgada nas matérias das duas emissoras de TV.