Um 15 de outubro, que mudou para sempre a vida de duas famílias

 

Por Claus Jensen, com entrevistas e fotos de Marlise Cardoso Jensen

Maria Lourdes Spengler perdeu seu filho de 22 anos, em um acidente de trânsito no Km 268 da BR-470, em Brunópolis (SC), no meio-oeste catarinense. Nelson Spengler Neto estava com a namorada Tabata Metzner, de 19 anos, naquele domingo fatídico de 15 de outubro de 2017. Os dois perderam a vida, após o Prisma capotar em uma ribanceira.

O casal tinha ido para as bodas de ouro da avó de Tabata, que aconteceu no sábado, durante o dia. No domingo, próximo ao meio-dia, eles começaram a viagem de volta para Blumenau. Ambos saíram antes dos pais dela, que também estavam na festa.

A família Spengler mora em Blumenau há alguns anos, mas veio de Gaspar. Maria tem mais um filho, Adolfo, de 14 anos. Não segurando a dor da emoção, ela comenta a imensa falta que Nelson faz:

“A alegria dele contagiava todo mundo. A perda dele, é como se tivessem matado um pedaço de mim que ninguém via que existia, mas era meu, e nunca mais vai voltar. O Nelson foi o maior amor da minha vida. Eu sempre dizia para ele: filho, a mãe vai lhe amar mais que todas as pessoas do mundo. Posso ter outros filhos, mas você sempre será o mais amado, porque o conheço melhor. No amor de mãe, não existe diferença de um filho para o outro. Mas a quantidade de amor que eu dispensei para ele, foi maior. Ele era dedicado, estudioso, trabalhava e deixava a casa sempre cheia de amigos. O Nelson era perfeito. Não é por ser coisa de mãe, mas os amigos, colegas de trabalho, avós e tios estão sentindo muito a sua falta. Todos perderam”, comentou em prantos.

Marlise Cardoso Jensen, que fez a entrevista, também não segurou a emoção. Perder um filho é uma dor insuportável. Assim como perder um/a amigo/a, irmã/o, pai/mãe, etc… Essa é uma das tantas histórias tristes de famílias que perderam de forma trágica as pessoas que amavam.

Foi ara lembrar isso e conscientizar os motoristas, que foi realizado na última sexta-feira (25/11/17), um ato em memória às vítimas do trânsito. Estavam presentes bombeiros, SAMU, policiais militares/civis/rodoviários federais, guardas municipais, defesa civil e demais profissionais da área. Também haviam familiares que receberam rosas amarelas.

 

 

O Policial Rodoviário Federal Sérgio Rafael Melati, Chefe do GETRAN da PRF/SC, participou diretamente na organização do evento. “Todas as pessoas que estiveram hoje aqui, foram tocadas ao ver os familiares que perderam seus entes queridos. Também ouviram o testemunho de um homem que sofreu três acidentes por causa de bebida alcoólica e acabou perdendo as pernas no último. Agora está em cadeira de rodas. Tudo isso nos faz refletir profundamente e lembrar que pode acontecer conosco, se não mudarmos de atitude”, comenta.

O PRF Rafael disse que estão fazendo o planejamento para 2018, quando devem trabalhar melhor com as crianças. O projeto “Posturas Éticas no Trânsito” está sendo incrementado para fazer parcerias com as universidades. “Com isso iremos alcançar ainda mais pessoas e conseguir uma transformação maior na nossa sociedade”, pondera Melati.

Os fatores que mais colaboram para acidentes com óbitos são álcool na direção, excesso de velocidade e falta de atenção. “Você pode não perceber quando anda 5 Km/h acima da velocidade máxima permitida. Mas na hora de frear, são 30 metros ou mais, que farão muita diferença no impacto e em salvar a nossa vida ou de outra pessoa”, disse o PRF Rafael. Ele também lembra a falta de atenção, em especial quando motoristas usam o celular enquanto dirigem.

Confira mais fotos da solenidade, que contou com uma apresentação musical e também um vídeo referente ao tema.