Tiroteios matam mais de cem pessoas em Paris

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Praça da República interditada pela Guarda Nacional

Cerca de dez meses depois do atentado à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, Paris está novamente sob ataque nesta sexta-feira (13). Uma explosão atingiu um bar perto do Stade de France, onde ocorria um amistoso entre a seleção da França e da Alemanha. As primeiras informações eram de que o presidente François Hollande estava no estádio e precisou deixar o local.

Tiroteios foram registrados em vários locais da capital francesa e o balanço da polícia é de no mínimo 112 mortes, mas podem haver mais. No primeiro tiroteio, um homem abriu fogo com um fuzil kalashnikov em um restaurante no 10º Arrondissement (divisão administrativa de Paris) e, de acordo com a emissora BFM-TV, matou “várias pessoas”. No 11º arrondissement, outras 12 pessoas estavam caídas no chão.

Logo em seguida, ao menos 50 disparos foram ouvidos na célebre casa de espetáculos Bataclan, perto da redação do Charlie Hebdo. Agências de notícias internacionais informam que cerca de 100 pessoas foram mortas dentro da casa de espetáculos Bataclan, um dos locais onde houve ataques terroristas em Paris nesta noite. Foram três tiroteios e uma explosão em pontos diferentes da capital francesa.

O diário francês Libération reproduziu no seu site na internet o testemunho de Julien Pearce, jornalista da Europe 1, que estava no Bataclan quando começou o tiroteio. “Vários indivíduos armados entraram no concerto e dois ou três de rosto descoberto começaram a disparar com armas automáticas de tipo Kalachnikov [rifle de assalto semi ou totalmente automático de fabricação russa conhecido como AK-47] ao acaso sobre a multidão”, relatou.  Julien estima que o ataque tenha durado “entre 10 e 15 minutos”, destacando que “foi extremamente violento e houve pânico”. Ele detalhou ainda que “os terroristas tiveram tempo de recarregar as armas pelo menos por três vezes”, que “não estavam mascarados, estavam senhores de si e eram muito jovens”.

A  casa de show Bataclan foi invadida por volta da 0h30 em Paris (21h30 em Brasília), pela BRI (Batalhão de Busca e Intervenção), força especial da polícia francesa, e conseguiu matar dois terroristas.

Após os ataques, o presidente Hollande iniciou uma reunião de emergência no Ministério do Interior. A prefeitura de Paris pediu que os moradores da cidades não saiam às ruas, aconselhando que fiquem em casa, no trabalho ou na residência de amigos. O presidente da França, François Hollande, determinou hoje (13) o fechamento das fronteiras do país.

Se todos os números forem confirmados, esse será o maior atentado terrorista desde 1998 na Escócia, quando um Boeing 747-121 explodiu matando 270 pessoas.

 

Hollande fecha fronteiras depois de atentado

O presidente da França, François Hollande, determinou o fechamento das fronteiras. “Ninguém ponderá entrar para cometer qualquer ato contra a França”, disse Hollande. O objetivo, explicou, é também impedir que os autores dos crimes saiam do território. “É uma provação terrível que nos acomete. Sabemos de onde vêm, quem são esses terroristas, esses criminosos.”

Hollande expressou sua compaixão às famílias das vítimas que morreram e dos feridos. Ele ressaltou, ainda, que este é o momento da França mostrar “unidade e sangue frio frente o terror. A França deve ser forte, deve ser grande. E as autoridades devem ser duras. E seremos”, garantiu.

Mostrando firmeza diante de todo o medo que se instalou na França nesta sexta-feira, o presidente francês disse estar ciente que esse foi um ato terrorista e que os terroristas querem fazer medo, querem deixar o país apavorado. “Mas, diante do pavor, há uma nação que sabe se defender, sabe mobilizar suas forças e que, uma vez mais, saberá vencer os terroristas”, afirmou.

Hollande também informou que, neste momento, as forças de segurança estão atacando, agindo em um local não divulgado em Paris. “Eu peço agora que vocês mantenham a confiança em tudo o que podemos fazer com as forças de segurança para preservar a nação dos atos terroristas. Viva a República, Viva a França!”.

 

Primeiro-ministro britânico mostra-se chocado com ataques em Paris

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou pelo Twitter estar “chocado” com os múltiplos ataques registados em Paris. “Estou chocado com os acontecimentos de hoje em Paris. Os nossos pensamentos e orações estão com o povo francês. Faremos o que for preciso para ajudar”.

A polícia adiantou que existe uma situação de tomada de reféns na sala de espetáculos Bataclan, no 21º bairro de Paris, na Avenida Voltaire (a capital francesa está dividida em 20 bairros). O primeiro balanço da polícia de Paris indica que três pessoas foram mortas nas explosões verificadas na zona do Estádio da França, nos arredores, onde ocorria o jogo de futebol entre as seleções da França-Alemanha, e 15 no Bataclan.

 

Ministro alemão diz estar “horrorizado” com os ataques em Paris

O chefe da diplomacia alemã, Frank Walter Steinmeier, que assistia ao jogo de futebol entre as seleções da França e da Alemanha, em Paris, quando aconteceram vários ataques e explosões, disse estar “horrorizado” e “emocionado”. “Estamos ao lado da França”, escreveu no Twitter o ministro alemão.

Frank Walter Steinmeier assistia ao jogo com o Presidente francês, François Hollande, que foi retirado do estádio e, no momento, encontra-se reunido com o primeiro-ministro e o ministro do Interior franceses para analisar a situação.  O ministro alemão está a caminho de Viena, onde amanhã (14) deverá participar da rodada de conversações convocada para discutir o conflito na Síria.

 

Dilma manifesta solidariedade ao povo francês e condena a barbárie

A presidente da República, Dilma Rousseff, manifestou há pouco, por meio de sua conta no Twitter, a sua indignação com os ataques terroristas que deixaram pelos menos 40 mortos em Paris. “Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês”, disse a presidente.

 

Fontes: Agências Brasil e Lusa