Por Jalila Arabi
Alunos do SESI de Blumenau desenvolveram um projeto para reduzir as altas temperaturas em casas e prédios utilizando materiais recicláveis e encontrados na natureza. O telhado sustentável é um dos 100 projetos inovadores que serão apresentados durante o Torneio SESI de Robótica da FIRST Lego League (FLL), que ocorrerá no início de março, em São Paulo.
Os jovens Amanda dos Santos (15), Rebeca Silva (13), Lucca Suhet (15) e Pedro Henrique da Silva (14), da equipe de robótica “Techmaker”, fabricam, ainda em pequena escala, um protótipo feito a partir de madeira plástica. O revestimento é fabricado com plástico do tipo 1 e tipo 2, que normalmente não são aproveitados pela indústria, além de fibras de madeira e de coco. Esses materiais, juntos, criam a madeira plástica. A fibra de coco, segundo a equipe, é resistente à degradação e não adere à umidade, ou seja, mantém a qualidade do produto final.
“O principal problema que a gente tenta resolver com esse telhado verde é a alta temperatura dentro dos ambientes. A ideia é diminuir a incidência de luz solar no telhado, tornando o ambiente mais ameno”, garante o professor e técnico da equipe, Bolivar Fernandes.
A maioria dos telhados verdes, segundo a estudante Rebeca Silva, de 13 anos, é composta de uma camada de solo ou substrato de vegetação, podendo custar até 250 reais o metro quadrado. Por isso, Rebeca ressalta que o protótipo deles pode sair mais barato e ainda mantém a eficiência de outros tipos de coberturas como essa.
“A gente fez um teste com um protótipo em escala reduzida que mostrou que, no horário mais quente do dia, o telhado verde diminui em 13% a temperatura dentro da casa. O nosso telhado com bandeja custaria, em média, R$ 60 o metro quadrado”, revela Rebeca.
Segundo estudo da Universidade Mackenzie de São Paulo, as principais vantagens do telhado verde são capacidade de reter água, mudar a umidade relativa do ar, diminuir amplitudes térmicas, reduzir ruídos, melhorar a qualidade do ar e ainda proteger a estrutura da cobertura predial.
A competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens.
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.