Se os recursos do Plano 1000 forem cortados, muitas obras podem parar no Vale Europeu

Ministério Público de SC recomendou ao Governo do Estado que suspendesse as transferências especiais autorizadas pela Emenda Constitucional nº 81/2021.

Galeria da Rua Paulo Kuehnrich, na Itoupava Norte, em Blumenau | Foto: divulgação / PMB

O Plano 1000, do Governo de Santa Catarina na gestão de Carlos Moisés, garantiu recursos para uma série obras, como por exemplo a galeria na Rua Paulo Kuehnrich, no bairro Itoupava Norte, em Blumenau. Mas como Jorginho Mello será o novo governador, há uma grande expectativa dos prefeitos que fazem parte da Associação de Municípios do Vale Europeu (Amve) com a continuidade dos repasses.

Conforme dados disponíveis no Portal de Transparência de Santa Catarina, os 14 municípios da AMVE devem receber cerca de R$ 236 milhões, ou seja, um investimento médio de R$ 288 por habitante.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recomendou ao Governo do Estado que suspendesse as transferências especiais autorizadas pela Emenda Constitucional nº 81/2021. O órgão avalia que o modelo é inconstitucional e dificulta a fiscalização dos recursos utilizados.

Preocupados com a recomendação, os prefeitos da região estão dialogando com o MPSC para evitar que a medida impacte no andamento das obras. O presidente da Amve, Arão Josino, prefeito de Ascurra, aponta que a medida traz insegurança jurídica aos Municípios, pois as administrações contam com o atendimento dessas demandas para efetivar obras importantes e ampliar serviços à população.

“As conversas com o Ministério Público estão avançando e esperamos sensibilizar os promotores a respeito do assunto. Os projetos aprovados para o Plano 1000 passaram por planejamento, são legítimos, atendem as carências da população, têm transparência, permitem controle social e contemplam todos os municípios catarinenses”, reforça o presidente da Amve.

Rua Prefeito Leopoldo Schramm, em Gaspar (SC) | Foto: divulgação / PMG

Outra argumentação dos prefeitos, é que qualquer cidadão terá acesso às informações detalhadas sobre as transferências e poderão acompanhar de perto a execução das obras. As pessoas envolvidas assinarão termos de compromisso que vão nortear todo o processo.

“O Plano 1000 permite a realização de obras públicas estruturantes que possam contribuir para a evolução econômica e social dos municípios catarinenses de forma rápida e eficiente. Isso dá agilidade à gestão municipal e a população poderá ter acesso aos benefícios dos pleitos”, conclui o presidente da Amve.

Outras entidades municipalistas também estão se mobilizando para garantir a continuidade dos repasses do Plano 1000. No início do mês, a Federação de Consórcios, Associações e Municípios de Santa Catarina (Fecam) manifestou ao MPSC interesse de ser incluída diretamente nas discussões sobre o tema. A entidade também se reuniu com o governador eleito Jorginho Mello para buscar um diálogo e pediu solução jurídica para a continuidade do Plano.

Rua Prefeito Leopoldo Schramm, em Gaspar (SC) | Foto: divulgação / PMG