A Rua Divinópolis no bairro da Velha, há exatamente uma semana atrás (dia 5/12), foi palco de mais uma morte no trânsito da cidade. Ela tem vários problemas, que já começam no acesso pela Rua dos Caçadores. Percorremos a via acompanhados da educadora de trânsito Márcia Pontes, que fez uma análise e apontou vários problemas que poderiam ser facilmente resolvidos. Ela também nos disponibilizou dados sobre a rua, que estão no final desta postagem.
OBlumenauense: Márcia, parece que os problemas da Rua Divinópolis já começam pelo acesso na Rua dos Caçadores?
Márcia Pontes: Sim. Os problemas já começam na entrada porque está mal sinalizada, ou pior: não tem sinalização. Aqui seria necessário um trevo ou uma rótula. Deveria ser feito um estudo pelos técnicos da prefeitura, para sugerir o que poderia ser melhorado.
Falta no momento as pinturas das setas indicando ao condutor que vem pela Rua dos Caçadores, por onde deve entrar para a Rua Divinópolis. Muitos motoristas se confundem. Já teve colisão frontal neste trecho, mas foi registrado como acidente na Rua dos Caçadores. Falta também uma placa R2 de “Dê a Preferencia” e a pintura de linha de retenção (indica ao condutor o local limite em que deve parar o veículo).
OBlumenauense: Na sua avaliação, o que contribui para que nessa rua ocorram tantos acidentes?
Márcia Pontes: A Rua Divinópolis é uma via comprida (1,9km), sendo um elo de ligação entre a Rua dos Caçadores e a Rua Johan Ohf. Ela encurta o caminho para muita gente, porém é uma rua estreita. Apesar da velocidade máxima permitida ser de 40 km por hora, muitos motoristas passam por aqui muito rápido, não respeitando esse limite. Essa combinação de excesso de velocidade, motoristas convergindo onde não é permitido, acaba potencializando muito o risco de acidente.
Os dados do trânsito de Blumenau, apontam que existe um grande número de precipitações, aquele tipo de acidente em que o veículo perde o contato com o solo. Também há muitos abalroamentos, tanto longitudinal que é no caso da falta de seta ao convergir; quanto transversal, que é em saídas de rua ou cruzamento. Na pressa, o motorista acaba não dando sinal. Conclui-se que aqui o problema é uma mistura de fatores de engenharia, fiscalização e educação da população.
OBlumenauense: Na sua opinião, o que poderia ser feito para que se reduzissem os acidentes aqui?
Márcia Pontes: Poderia se pensar em instalar faixas elevadas em alguns trechos, afinal já tivemos atropelamento também. É questão de ir lá, identificar o ponto e com base nas estatísticas de acidentes nesta rua, fazer um estudo, um levantamento para avaliar as condições de engenharia. A faixa elevada se encaixa perfeitamente para esta rua, já que só pode ser instalada em vias com velocidade máxima de 40 km por hora.
