Projeto Florescer completa um ano com noite de escuta e emoção em Blumenau

Evento abriu espaço para o público discutir violência doméstica, com exibição de documentário e participação de autoridades e profissionais da rede de apoio.

Foto: Comarca de Blumenau / divulgação

A sala multiúso do SENAI, em Blumenau, ficou lotada na noite desta terça-feira (29/04), durante o encontro que marcou um ano do Projeto Florescer. Criado pelo Juizado Especial Criminal e da Violência Doméstica da comarca, em parceria com o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Semudes), o evento trouxe acolhimento, diálogo e coragem para falar sobre um tema que ainda faz vítimas em silêncio: a violência doméstica.

Pela primeira vez, o encontro foi aberto ao público em geral — diferente das edições anteriores, restritas a mulheres encaminhadas pela vara especializada. Famílias, profissionais da rede de apoio e cidadãos atentos assistiram a trechos do documentário “Precisamos Falar sobre Violência Doméstica”, dirigido por Kevin Stahnke. A obra reúne relatos marcantes de vítimas e conta com a participação das juízas Quitéria Tamanini Vieira, de Blumenau, e Leila Mara da Silva, de Indaial.

 

Após a exibição, o microfone circulou entre os presentes, criando um momento potente de escuta e troca. Emoção, depoimentos comoventes, lágrimas e abraços marcaram a conversa entre o público e os especialistas convidados, como magistrados, membros da Polícia Civil, Rede Catarina da Polícia Militar, Ministério Público, além de médicos, psicólogos e assistentes sociais.

Na abertura do evento, o juiz Rubens Ribeiro da Silva Neto relembrou como surgiu a ideia do projeto. “Queríamos um espaço de acolhimento, reflexão e esperança. Convidamos a Dra. Quitéria para a primeira palestra, e dali em diante o projeto cresceu”, contou. A juíza Quitéria protagonizou um dos momentos mais aplaudidos da noite ao reforçar: “Sua voz pode salvar vidas”.

A roda de conversa contou ainda com a presença da juíza Simone Faria Locks, do chefe de cartório André Kolpanicopkf, da promotora Deize Oescher, da sargento Tatiane de Souza (Rede Catarina), da diretora da Semudes Maria Augusta C. I. Buttendorg, da assistente social Juliane Habitzreuter, da professora Selene de Souza Siqueira Soares (UFSC), das advogadas Joice Florêncio de Fáveri (presidente da Comissão OAB Por Elas/Blumenau) e Verônica Salgado — que abordou a violência doméstica na Itália —, de Elizângela Albano (Procuradoria Especial da Mulher) e do médico Bruno Trauczynski.

Ao final, a mensagem foi unânime: não se calar é o primeiro passo. O Projeto Florescer segue como uma iniciativa para dar voz, apoio e novos sentidos a quem enfrenta a violência dentro de casa.

Foto: Comarca de Blumenau / divulgação
Foto: Comarca de Blumenau / divulgação
Foto: Comarca de Blumenau / divulgação
Foto: Comarca de Blumenau / divulgação
Foto: Comarca de Blumenau / divulgação