Por João Paulo Taumaturgo
Os modelos de transporte coletivo no mundo são os mais diversos. Em Blumenau, nós temos um sistema com terminais e linhas que aparentemente atendem bem as demandas da comunidade. Porém, esses dias percebi que há necessidade de revisão do sistema por conta das inovações tecnológicas disponíveis.
Cito como exemplo um fato que aconteceu comigo e minha noiva. Precisávamos ir até a casa de meus sogros e estávamos sem carro. Primeiro pensei em ir de ônibus, já que o terminal fica ao lado do nosso apartamento e o ponto de parada próximo do nosso destino.
Parei para fazer uma conta rápida: se tivéssemos optado por ir de ônibus, teríamos gasto R$ 8,40 com passagens (não estou questionando se o valor é alto ou baixo). Acontece que para irmos de UBER, pagamos R$ 7,80 como mostra a imagem, ou seja, não valia a pena nem financeiramente, nem por comodidade pegar o “busão”.
Refleti sobre quantas pessoas já devem estar substituindo o ônibus pelos aplicativos de transporte, e até dividindo o valor da corrida. Colegas de trabalho, amigos de escola ou famílias que tenham o mesmo destino. Lembrando que o valor é progressivo, então caso você queira fazer uma viagem em até 4 pessoas, que é o que cabe na carona de um automóvel, vale a pena substituir o transporte coletivo pelos aplicativos em uma corrida que custe até R$ 16,80. Convenhamos, esse valor permite uma boa locomoção em Blumenau. Isso sem considerar o conforto de ir de carro, para quem se sujeita a pagar um pouco mais.
Na minha opinião, existem duas consequências disso em um futuro breve. Ou o Poder Público, através das empresas concessionárias, terá que buscar maneiras de baixar o valor da passagem de ônibus, cortando despesas como os cobradores e os benefícios como passe mais barato para estudantes e passe livre para idosos, ou o sistema irá colapsar em um breve período de tempo.
Não quero que isso se torne uma previsão pessimista, mas para quem observa, é uma realidade muito óbvia.
