Pesquisa em SC, identifica o efeito de óleos naturais contra o Aedes aegypti

O projeto envolveu professores e alunos dos programas de pós-graduação em Ciências da Saúde e Ciências de uma universidade, está em sua fase final e já apresenta resultados promissores.

Pesquisadores da Unochapecó extraíram óleos essenciais de plantas presentes em Santa Catarina e em demais Estados brasileiros | Foto: Divulgação

A Universidade Comunitária de Chapecó (Unochapecó), em colaboração com o Governo de Santa Catarina, está realizando um estudo pioneiro no Brasil sobre o uso de óleos essenciais no combate ao Aedes aegypti. O mosquito é responsável pela transmissão da dengue, febre chikungunya, febre amarela e Zika vírus.

A pesquisa, que conta com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), está em sua fase final e já apresenta resultados promissores.

Os pesquisadores, incluindo professores e alunos dos programas de pós-graduação em Ciências da Saúde e Ciências Ambientais da Unochapecó, descobriram que extratos de pelo menos três espécies de plantas têm efeitos larvicidas e repelentes contra o mosquito. Óleos essenciais da unha-de-gato (Uncaria tomentosa), casca d’anta (Drimys brasiliensis) e crisântemo (Dendranthema grandiflorum) se mostraram eficazes, com ações destacadas em repelir e eliminar as larvas do mosquito, cultivadas em laboratório para o estudo.

Em paralelo ao desenvolvimento de repelentes e larvicidas naturais, a pesquisa também incluiu um diagnóstico sobre a prevalência da dengue em Santa Catarina. Um aumento nos casos e mortes foi observado, variando de acordo com as condições locais, como saneamento básico e índices de Desenvolvimento Humano (IDH). A pesquisa se expandiu para além das fronteiras de Santa Catarina, abrangendo mais de 1.500 municípios brasileiros e colaborando com a Universidade Nacional de Misiones na Argentina, destacando a relevância transnacional do problema.

Um aspecto inovador do estudo é a identificação genética dos vírus presentes no Aedes aegypti, liderada pela professora Maria Assunta Busato. Esta etapa visa entender melhor as cepas virais em circulação, especialmente o tipo 2, que é prevalente no Brasil. O projeto também inclui iniciativas de comunicação social e capacitação para profissionais de saúde.

Diante do crescente número de casos de dengue em Santa Catarina, com mais de 4 mil registros prováveis em 2024 e um aumento de 900% em relação ao ano anterior, o governo estadual implementou algumas medidas. Entre elas, a criação do Grupo de Ações Coordenadas (GRAC) e uma força-tarefa institucional para combater a doença. Estas ações se alinham com a urgência de combater a dengue, cujos sintomas incluem febre, dores de cabeça e musculares, e manchas vermelhas na pele. A hidratação é o principal tratamento, reforçando a necessidade de prevenção e controle eficazes.


 

 


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