A recente morte dos quatro jovens dentro de um carro em Balneário Camboriú (SC) acendeu o alerta para os riscos da inalação de monóxido de carbono. A principal suspeita é que eles foram intoxicados pelo gás que entrou no sistema de refrigeração do veículo. A matéria pode ser acessada clicando aqui.
Alfredo Schmid-Hebbel Busch, médico e gerente técnico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Santa Catarina, alerta que o monóxido de carbono é comum em ambientes com combustão. Não só nos escapamentos de veículos pela queima de gasolina, diesel ou álcool; mas em incêndios, grelhas de churrasco, aquecedores a gás ou querosene. O maior perigo é por ser inodoro (sem cheiro), tornando a sua detecção mais difícil.
Segundo Busch, a inalação desse tipo de gás é extremamente perigosa, pois se liga à hemoglobina, impedindo o transporte de oxigênio pelo sangue, o que é prejudicial para as funções celulares e a produção de energia no corpo humano. O gás pode permanecer por horas no organismo, dificultando a oxigenação do sangue e complicando o tratamento.
Os sintomas de intoxicação por monóxido de carbono variam. Nos casos leves, as vítimas sentem dores de cabeça, enjoos, tontura, vômitos, dificuldade de concentração, sonolência e falta de coordenação.
Os mais severos podem apresentar confusão, inconsciência, convulsões, dores no peito, falta de ar, pressão arterial baixa, coma e até serem fatais. Frequentemente, as vítimas não associam esses sintomas à intoxicação por monóxido de carbono, o que agrava a situação.
Para prevenção, recomenda-se manter ambientes ventilados, especialmente onde houver emissão de monóxido de carbono. Outras medidas incluem nunca ligar um carro em garagem fechada, manter janelas abertas para circulação de ar, instalar detectores de monóxido de carbono e assegurar ventilação adequada de fontes internas de combustão.
Em casos de emergência, a evacuação imediata e a transferência para áreas abertas são cruciais. Se isso não for possível, deve-se abrir janelas e portas, desligar fontes de monóxido de carbono e chamar o SAMU 192. Em situações graves, pode ser necessário tratamento hospitalar especializado, como administração de oxigênio em altas doses e uso de câmera hiperbárica.
Como agir: primeiros socorros antes da chegada do SAMU
O especialista orienta sobre os cuidados necessários envolvendo emergências ocasionadas pela exposição ao gás.
Evacuação Imediata: Diante de uma emergência, a primeira conduta é retirar as vítimas do ambiente contaminado. Esta medida visa proporcionar que as pessoas afetadas passem a respirar mais oxigênio e eliminar o monóxido de seus corpos.
Transferência para Áreas Abertas: Recomenda-se levar as vítimas para uma área aberta, com ar fresco. Isso visa evitar a exposição contínua ao gás tóxico, minimizando os riscos associados a concentrações elevadas de monóxido no ambiente.
Procedimentos de Segurança: Caso não seja possível transferir as vítimas para um local aberto, é importante abrir todas as janelas e portas. Além disso, desligar imediatamente as fontes produtoras de monóxido de carbono, como veículos, aquecedores, churrasqueiras, fornos, fogões e caldeiras, é essencial para interromper a exposição.
Chamada para o SAMU 192: Acione imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A chegada de uma equipe médica é vital, especialmente em casos moderados e graves, nos quais pode ser necessária a administração de oxigênio em doses elevadas e procedimentos especializados, como Intubação Orotraqueal e Ressuscitação Cardiopulmonar. Estes pacientes podem necessitar de atendimento hospitalar, como uma UTI ou câmera hiperbárica, que fornece oxigênio em altas doses. O SAMU realiza esse transporte especializado e seguro até o hospital.