Paulo Bornhausen fala de eleições municipais e dá duras críticas ao governo federal

Entrevista e fotos: Rodrigo Bernz | Texto final: Claus Jensen

Paulo-Bornhausen_Mario-HildenbrandtPor volta das 10h desta quarta-feira (16), Paulo Bornhausen, ex-deputado federal e atual presidente estadual do PSB, esteve visitando Blumenau. Ele foi recebido por partidários, militantes e simpatizantes, que iriam ter uma reunião e participarem de um almoço no restaurante do Clube Guarani. Mas antes visitou o prefeito municipal Napoleão Bernardes, acompanhado do Presidente da Câmara de Vereadores, Mário Hildebrandt (PSD).

A entrevista foi concedida à Rodrigo Bernz, nosso novo colaborador no site. Paulinho, como é chamado pelas pessoas próximas, falou sobre eleições municipais, principal objetivo de sua visita, a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), imposto que combateu enquanto legislador. Mas aproveitou para tecer duras críticas ao governo federal.

 

Paulo-Bornhausen

OBlumenauense: A visita desta quarta-feira (16) à Blumenau tem como principal objetivo as eleições do ano que vem?

Paulo Bornhausen: Tenho um carinho especial pelo PSB de Blumenau, minha cidade natal, onde não só tenho laços políticos, mas emocionais. Teremos uma série de adesões de grande qualidade nos próximos dias e a organização do PSB catarinense visitando Blumenau. Temos líderes conhecidos que estão procurando um caminho diferente do que nós estamos assistindo no Governo Federal, com práticas que vão sendo negadas pela sociedade. Ela está acordando e vendo quanto tempo perdemos com pessoas que falsearam a verdade e nos levaram à um caminho errado.

Temos que ter no partido pessoas que representam a sociedade, por isso não é uma agenda de políticos. O partido vai apresentar nas próximas eleições, pessoas que tenham esse compromisso. Tenho certeza que vamos ter um grande êxito nas próximas eleições municipais. Não porque nós acertamos, mas por que estamos ouvindo a sociedade, entendendo o recado e buscando as pessoas certas para representar quem quer mudanças, mas com responsabilidade. Se os partidos não qualificam os candidatos, o eleitor acaba não tendo alternativa e acaba votando em branco ou nulo. Por isso estamos nos mobilizando para encontrar bons nomes para serem candidatos a vereador, vice-prefeito e prefeito. Que possam estar preparados para fazer um bom trabalho tanto no legislativo, quanto no executivo.

OBlumenauense: Hoje o partido em Blumenau faz parte da base de governo do prefeito Napoleão. Isso sinaliza uma possível aliança para o ano que vem?

Paulo Bornhausen: O PSB tem hoje um secretário municipal, o Marcelo Schrubbe. Eu diria que estamos emprestando bons nomes ao prefeito Napoleão e à cidade de Blumenau, para administrá-la. Até porque o prefeito se elegeu com um partido pequeno e poucas pessoas para administrar a cidade. Em determinado momento convidou o PSB para participar, e nós aceitamos. O compromisso do futuro é com a população, não com prefeito ou a prefeitura. No momento adequado para o partido, iremos discutir internamente o caminho a tomar. Se tenho simpatia pelo Napoleão? Lógico, que tenho, ele teve bons gestos conosco, inclusive comigo pessoalmente, na missão no senado.

OBlumenauense: Você empreendeu uma luta pessoal como deputado federal contra a CPMF. Como você está vendo o momento do cenário político nacional e a possibilidade desse tributo votar?

Paulo Bornhausen: Eu me valho da fábula da Cigarra e da formiga. Nós vivemos o momento da cigarra em que os governantes do Brasil achavam que o inverno nunca iria chegar. Gastaram o que podiam e não podiam. Endividaram o país, roubaram à luz do dia e agora chegou a triste realidade. Quem fez isso tudo, vem agora propor esse aumento de imposto para fazer a população pagar pelo que foi feito. É no mínimo dar um tapa na cara do cidadão brasileiro. A CPMF é um imposto injusto que vai tirar R$ 50 ou R$ 60 bilhões do bolso do brasileiro para tapar furo e buraco da roubalheira dos gastos errados.

Não tem que discutir criação de imposto e sim, a redução do tamanho do Estado, coibir a corrupção, diminuir o número de ministérios, parar de gastar com programas sociais falidos que não atendem mais a população, parar de mandar esse monte de dinheiro para os sindicatos. O Brasil sangra por todos os lados. É necessário que se feche isso e tenha mais qualidade nos gastos. Devemos colocar o dinheiro arrecadado do povo com os impostos onde ele é mais bem aplicado, naquilo que as pessoas precisam mais, no que é melhor fazer para a saúde. Em vez disso, aumentam os impostos. Isso não vai passar pelo congresso. Nós derrubamos em 2007 o imposto que o Lula chora até hoje. PT adora um imposto, é o Partido dos Tributos. Eles acham que a sociedade vai trabalhar o resto da vida para pagar a conta deles.

Agora é o momento de reconstruir o Brasil, nós não vamos desistir, como disse Eduardo Campos antes de morrer. Mas nós vamos lutar contra aqueles que estão querendo destruir o Brasil e empobrecendo os brasileiros. Vamos fazer pela via democrática, pela urna, pelas pessoas que querem dizer um basta, um não à esse tipo de gente. Espero que o congresso tenha maturidade para dizer não à CPMF, como nós dissemos em 2007, quando eles ainda vinham de uma reeleição do Lula. Na época achavam que todo mundo ia fazer o que eles queriam, e tudo que faziam era o certo, e tudo que pensávamos era errado. Naquele momento a sociedade brasileira começou a se libertar dessa sina que é PT e companhia que destruiu o Brasil. Quem fez errado, que pague pelo que fez, mas não venha distribuir a conta para o povo brasileiro.