O resultado da pesquisa nacional da Abrasel foi preocupante no recorte de Santa Catarina, já que 45% das empresas do ramo gastronômico têm pagamentos em atraso e 32% operaram no prejuízo em maio. “Mesmo assim, continuamos sendo o berço do primeiro emprego no país”, afirma Juliana Mota, presidente da entidade no estado.
Realizada na última semana de junho, a consulta registrou que 36% das empresas pretendem contratar no segundo semestre, ainda que o cenário seja preocupante. Para 97% delas, investir internamente na capacitação dos colaboradores ainda é a melhor opção para qualificar a mão de obra. “O setor de comércio e serviços segue dando a oportunidade para quem busca o primeiro emprego ou efetivação dentro da empresa, mesmo sufocado por impostos”, garante Juliana.
No entanto, a realidade é alarmante: 87% das empresas consultadas devem impostos federais, como imposto de renda, pis/cofins ou parcelas do simples, resultado de um primeiro trimestre no vermelho. “Para reverter esse panorama, a Abrasel tem trabalhado de forma incansável para minimizar os impactos negativos e garantir a empregabilidade do setor”, garante a presidente da associação.
Realidade nacional, segundo a pesquisa ABRASEL
A pesquisa foi realizada pela Abrasel com 2.615 empresários do setor em todo Brasil entre os dias 24 e 31 de junho. Quase metade das empresas (42%) estão com dívidas vencidas com impostos, fornecedores ou serviços públicos.
Entre as que têm débitos em atraso, 80% devem impostos federais, como Imposto de Renda, PIS/Cofins ou parcelas do Simples. Além disso, 53% possuem dívidas relacionadas a impostos estaduais, 35% encargos trabalhistas, 26% taxas municipais, 26% serviços de água/luz/gás/telefonia, 22% têm débitos com fornecedores de insumos e 19% estão com o aluguel atrasado.
A pesquisa também revelou que 21% das empresas trabalharam com prejuízo em maio, mantendo o mesmo índice do mês anterior. No entanto, houve um aumento no número de empresas que obtiveram lucro (de 37% em abril para 43% em maio) e uma diminuição das empresas em equilíbrio financeiro (de 41% para 35%).
Em relação a esses resultados, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, ressalta: “Tivemos um aumento do número de empresas com pagamentos em atraso, principalmente impostos federais e estaduais. Hoje cerca de 10% do faturamento, em média, está comprometido com dívidas. Isto no momento em que discutimos no Congresso a reforma tributária”.
“Pelo texto original da reforma, com a alíquota cheia, as empresas que estão operando no setor na modalidade de lucro real pagariam até 100% a mais de impostos, e aquelas que estão em lucro presumido, 40% a mais. No entanto, nosso setor deve ter uma alíquota especial, a ser definida no ano que vem, graças a um acordo costurado no Congresso. É uma grande vitória para o os bares e restaurantes”, continua.
Com informações de André Seben e ABRASEL