Parapente: provas, acrobacias, voos duplos e free flight em Pomerode neste fim de semana

 

Por Claus Jensen, com fotos (arquivo) de Emerson Marques Costa

O Campeonato Catarinense de Parapente é dividido em seis etapas, a primeira acontece neste sábado (26/01/19) e domingo (27) no Morro Azul, região que fica na divisa entre Timbó (onde tem a rampa de decolagem) e Pomerode. Até a tarde de sexta-feira (25) havia 85 inscritos, a maioria de Santa Catarina e alguns do Paraná. Esse número pode ter aumentado hoje, já que a inscrição também poderia ser feita na hora.

 

 

Entre as atrações do evento, estão previstas, acrobacias, voos duplo e free flight. Somente na sede, onde há uma estrutura de bar e cozinha, o público pode encontrar desde chope, refrigerante, hambúrguer, sanduíches, etc.

A etapa é coordenada e organizada pelo Clube Pomerano de Parapente, que tem cerca de 60 sócios e possui uma sede social própria próximo ao Morro Azul. Um terreno ao lado é alugado para os integrantes usarem nos pousos.

 

 

Nas provas do campeonato, não é necessário pousar nesse local, e sim um ponto definido antes da prova. Cada piloto utiliza um GPS para seguir a rota definida pela comissão técnica e o vencedor é o que chegar primeiro ao final da prova (goal).

Segundo o vice-presidente da entidade, Emerson Marques Costa, essa prova geralmente é elaborada uma hora antes, quando são avaliadas as condições meteorológicas. “Ela é determinada pela janela de decolagem, ou seja, o momento em que todos estão liberados para decolar. Depois de uma hora, é definido o horário da corrida [start]”, destaca.

Emerson disse que o vencedor da prova é o que chegar mais rápido depois de passar por alguns pontos até que finalize seu vôo. “São pontos imaginários, que cada piloto sabe por onde passar através do GPS. Eles se posicionam dentro de um raio de dois a quatro quilômetros em cima desse ponto imaginário, onde aguardam o momento de dar a largada [start]. Depois eles seguem para o primeiro pilão, um ponto de passagem, que pode ser por exemplo a serra entre Pomerode e Jaraguá. Podemos colocar outro na região da pedreira, quase chegando em Blumenau.O vôo fica completo depois de chegar no raio de um quilômetro em cima de nossa sede”, explica.

 

 

O esportista falou que as provas são divididas em quatro categorias: start (iniciantes), esporte (intermediária), as seriadas alta performance) e Open que está acima de todas as outras. A última exige uma técnica de pilotagem mais apurada, porque tem um risco de colapso (ter problemas) maior se comparar com a iniciante.

A programação começou a partir das 8h30min deste sábado (26), quando um micro-ônibus saiu da sede para levar os pilotos à rampa. O veículo foi cedido pela prefeitura de Pomerode. Entre meio-dia e 14h inicia o start, quando geralmente a condição climática está mais adequada.

No final da tarde, são levantados os dados de cada GPS dos competidores e os resultados já mostram quem se destacou na competição. Segue a mesma programação no domingo (27), quando serão conhecidos os vencedores da etapa. A premiação está prevista para acontecer entre às 18h e 19h, depois de todos os dados coletados e pilotos resgatados dos locais onde pousaram.

Quanto a acidentes durante um vôo, Emerson lembrou que o parapente é um esporte de risco, porque depende da gravidade. “Por não ser uma vela rígida, estamos sujeitos a colapsos. Aí depende muito da habilidade de cada piloto, que precisa estar psicologicamente e fisicamente preparado para entender o que está acontecendo nessa dinâmica. Cada colapso tem uma reação específica para resolver o problema. Existem situações máximas em que não é mais possível recuperar o planeio da vela, quando é necessário abrir o paraquedas reserva. Nos parapentes de alta performance, os pilotos são obrigados a voar com dois paraquedas reservas”, explica Emerson.

Essas informações fazem parte da fase de aprendizado, quando são passadas instruções sobre tudo o que se deve ou não fazer durante um vôo de parapente. Um exemplo é não voar em dias com ameaça de chuva. “Nós chamamos a nuvem grande que forma a chuva de CB, Cumulus Nimbus. Ela tem um nível de pressão interna muito grande que faz com que tudo abaixo dela seja puxado para dentro. Um piloto pode ser sugado para cima por até 8 quilômetros do chão, onde está sujeito a incidência de raios e granizo. Nessa altura a quantidade de oxigênio é reduzida”, finaliza.

A sede do Clube Pomerano de Parapente fica localizada na Rua dos Parapentes, nº 150, bairro Ribeirão Herdt, em Pomerode (SC).