Os desafios de Nelson José Mohr frente ao Sescon Blumenau

 

Por Claus Jensen | Fotos: divulgação

A partir de 1º de abril, Nelson José Mohr será o novo presidente do Sescon Blumenau com sede na cidade, mas abrange Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Gaspar, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó.

A cerimônia de posse aconteceu na segunda-feira (19/03/18), ao lado do novo vice-presidente, Jessé Cleber de Souza. O evento ocorreu na sede da OAB de Blumenau. . A nova gestão fica à frente da entidade até 2022.

Nelson tem 43 anos, mais da metade como profissional da área, e é sócio da Capital Contadores, que apesar de ter sido fundada em agosto de 2017, tem muita experiência. A empresa foi o resultado da fusão de três escritórios de contabilidade, que juntos somam 30 anos de mercado. Confira a entrevista.

 

OBlumenauense: Quais são os planos para a nova gestão da Sescon?

Nelson J. Mohr: Recuperar a viabilidade econômica da entidade, mantê-la, e se possível, aumentar as ações de representatividade. Com a reforma trabalhista, e sem a necessidade da contribuição sindical, tivemos uma queda em nossa arrecadação. Muitas empresas deixaram de contribuir desde janeiro, o que impactou de forma direta em todas as entidades sindicais, sejam patronais ou laborais.

OBlumenauense: De quanto foi essa redução na arrecadação?

Nelson J. Mohr: Foi arrecadado 85% a menos, ou seja, apenas 15% da receita comparada aos outros anos. Essa foi uma média geral na maioria dos sindicatos, uns arrecadaram mais, outros menos. Por isso o foco na viabilidade econômica.

OBlumenauense: Quais são os principais desafios das empresas de contabilidade com essas mudanças?

Nelson J. Mohr: Atender o fisco da melhor maneira possível. Os governos municipal, estadual e federal, baixam normas que devem ser cumpridas, independente de eu saber fazê-las. Os próprios servidores públicos que lidam com elas, tem suas limitações para cumpri-las. Por exemplo, na Receita Federal, não tem auditores suficientes para atender uma demanda que o próprio governo gera.

Entre janeiro e fevereiro há muito trabalho para esses profissionais, mas falta equipe técnica. Isso acontece porque alguns auditores se afastam por questões de saúde, estão de férias ou se aposentaram, mas acaba gerando um problema de atendimento. O mesmo acontece no Estado e município.

Às vezes, quando buscamos informações junto a esses órgãos, eles não tem equipe técnica suficiente para nos atender. Isso acaba gerando um grande problema, porque todas essas normas tem prazos para serem cumpridos, muitas vezes curtos. E nós dependemos dos órgãos públicos para resolvê-las. Nesses casos, o Sescon interage diretamente com eles, para adequar prazos que sejam possíveis de serem cumpridos.

OBlumenauense: Quantas empresas contábeis existem em Blumenau?

Nelson J. Mohr: Hoje existem cerca de 400 empresas de contabilidade, mas são aproximadamente mil representadas no Sescon, nem todas desse segmento. São desde assessoramento, perícias, pesquisas, informações, entre outras.

Ano que vem a Sescon completa 30 anos de atividades, e hoje não representamos mais só o interesse individual de uma determinada categoria. Ela representa a sociedade da região como um todo. Nós atuamos em várias outras entidades, como no Hospital Santo Antônio onde somos membros do conselho de administração e patrocinamos o Observatório Social de Blumenau (OSBLU), que ajuda o governo municipal a monitorar melhor a execução das obras públicas, nas compras e licitações.

OBlumenauense: Que vantagens tem uma empresa associada ao sindicato?

Nelson J. Mohr: A principal é da representatividade. Atuamos junto à secretaria da Fazenda estadual, nas prefeituras das sedes de nossos associados, além do Sescon Estadual e de Florianópolis. Também temos contato com o governo federal, através da Fenacon, da qual somos filiados e passamos as demandas recebidas pelas nossas bases. Essas informações são repassadas para Brasília, onde a Fenacon interage com a Receita Federal e os parlamentares, para discutir os assuntos que são de interesse de nossa categoria.

Depois temos cursos mais acessíveis, certificação digital que gera benefícios para quem compra pelo Sescon que acumula uma pontuação que permite pagar cursos. Ou seja, eles ficam com custo zero. Temos também uma gama de convênios com empresas de assuntos ligados a empresas de contabilidade, como medicina laboral ou consultoria, que oferecem preços mais acessíveis aos associados.

OBlumenauense: O fato de uma só chapa concorrer, reflete o que acontece em outras entidades patronais. Esse sacrifício que é representar uma entidade, usando tempo da empresa, sem nenhum retorno financeiro, influencia para essa realidade?

Nelson J. Mohr: Nas entidades patronais, o trabalho é sempre voluntário, o que reduz o número de pessoas interessadas em disputar alguma coisa. Quem compõe a diretoria, dedica muito tempo para poder fazer a gestão da entidade. Temos as diretorias administrativa, financeira, de cursos, tecnologia, legislação, além da figura do presidente e vice, que envolve todas. Como é um trabalho voluntário, não vemos a necessidade de haver disputa.

Para essa nova gestão, foi verificada na atual, quem poderia assumir a presidência pelos próximos quatro anos. Em 2014, meu nome já tinha sido ventilado para o cargo, mas deixei claro que naquele momento não poderia assumir. Se me quisessem daqui há 4 anos, eu até poderia aceitar o convite. O Jefferson Pitz aceitou ser o presidente e eu fiquei como vice. Mas se tivessem duas chapas, nós iríamos convergir para uma só. Eu não teria o menor problema em apoiar alguém com condições de fazer um bom trabalho.

No meio político a disputa é maior, porque há remuneração e muitos cargos comissionados que podem ser nomeados. Ou seja, se gasta o que não tem para conseguir chegar lá. Depois recupero o dinheiro, porque serei remunerado e tenho direito a um número de cargos, que no final viram cabos eleitorais.

 

Os membros que irão compor a Diretoria para o quadriênio 2018/2022 foi eleita em chapa única no dia 20 de fevereiro.

  • Presidente: Nelson José Mohr
  • Vice-presidente: Jessé Cléber de Souza
  • Diretor Administrativo: Rubens Sachtleben
  • Vice-diretor Administrativo: Claudio Cesar Schmitt
  • Diretor Financeiro: Ricardo Luiz Tomaz
  • Vice-Diretor Financeiro: Leonardo Alba Parisotto
  • Diretor de Legislação e do Trabalho: Maurício Luiz Silva Tobias
  • Vice-diretor de Legislação e do Trabalho: José Itamiro Vargas
  • Diretora de Eventos e Educação: Ana Maria Nasário Antunes
  • Vice-diretor de Eventos e Educação: Vinícius Feliciano de Azevedo
  • Diretor de Tecnologia e Negócios: Ceigler Ernesto Marques
  • Vice-diretor de Tecnologia e Negócios: Cristiano Bernardi
  • Diretora de Comunicação e Marketing: Yara Patrícia Rampeloti
  • Vice-diretora de Comunicação e Marketing: Solange Rejane Schroder
  • Conselho fiscal: Diogo Sartor Dos Santos, Célio Dorotávio Da Silva e Luís Wanderley Klettenberg
  • Suplentes: Edilene Lopes Gropp, Franciele Cristine Cordeiro e Josceli Meurer
  • Delegados representantes: Nelson José Mohr e Jessé Cléber de Souza
  • Suplentes: Ricardo Luiz Tomaz e Maurício Luiz Silva Tobias

Diretores regionais:

  • Gaspar – Mário Celso Demmer
  • Benedito Novo e Doutor Pedrinho – Clovis Alberto Doege
  • Indaial – Mirtes Glau Cristofolini
  • Rodeio – Orlando Girardi
  • Rio dos Cedros e Timbó – Suellen Strunk
  • Ascurra e Apiúna – Acedir Masiero
  • Pomerode – Andreas Roland Zimmer