Mulheres são destaque no trabalho da OAB Blumenau pela igualdade de gênero

Entidade tem duas comissões e diretoria que também trabalham para acabar com as desigualdades

Andréia Nóbrega, presidente da Comissão da Mulher Advogada | Denise Aparecida Braz da Luz, presidente da Comissão OAB por Elas | Walkyria Leite Bastos Pereira, secretária adjunta da OAB Blumenau | Foto: Divulgação

Mais do que um dia de comemoração e de reflexão em torno da luta pela igualdade de gênero, o Dia Internacional da Mulher é também um dia de avaliação: de que maneira estamos, como pessoas e entidades, trabalhando para contribuir com esse objetivo? Na OAB Blumenau essa reflexão é constante e norteia parte importante das atividades que ocorrem na subseção ao longo do ano.

No Dia Internacional da Mulher, por exemplo, um café da manhã de integração vai marcar a data. Advogadas da cidade vão se reunir para confraternizar e trocar experiências que contribuam para o crescimento profissional e pessoal delas. Esse crescimento, aliás, é um dos objetivos da Comissão da Mulher Advogada da OAB Blumenau, uma das organizadoras do evento.

Presidida pela advogada Andréia Nóbrega, a comissão tem se dedicado na integração das profissionais de Blumenau e Pomerode. O grupo também trabalha na divulgação de direitos conquistados. Um exemplo é o auxílio natalidade. Em Santa Catarina, mulheres advogadas que tiveram ou adotaram filhos têm direito a descontos na anuidade, mediante o preenchimento de alguns requisitos.

Apesar de todos os avanços, a presidente da comissão admite que ainda há um caminho a trilhar e sabe da importância que o grupo tem nesse sentido. Resiste em algumas pessoas, por exemplo, a ideia de que advogados homens têm postura mais combativa do que as mulheres.

“Para a mulher se destacar, ela tem que provar, constantemente, que é capaz. Muito mais do que os homens”, destaca a presidente da comissão. Outro problema a solucionar é o fato de que, em alguns casos, mulheres advogadas ainda recebem menos do que homens advogados, realidade que se repete em outras áreas.

Violência contra a mulher

Outro exemplo de dedicação à mulher é a Comissão OAB por Elas. Há dois anos a OAB Blumenau mantém um grupo de advogadas voluntárias dedicadas a orientar, gratuitamente, mulheres em vulnerabilidade social vítimas de violência. Nesse período, mais de 300 atendimentos foram feitos em um espaço cedido pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) de Blumenau.

A presidente da OAB por Elas, Denise Aparecida Braz da Luz, lembra que, tão importante quanto a orientação, é o trabalho de conscientização e prevenção. Nesse sentido, a comissão promove palestras em escolas e empresas, para homens e mulheres.

“Muitos homens e até mulheres acreditam que a violência é normal, já que em algumas situações esse ciclo passa de pai para filho”, explica a presidente sobre o grande desafio que o grupo tem pela frente.

Diretoras e cargos estratégicos

Desde o início da atual gestão, a OAB Blumenau tem mulheres ocupando duas das cinco cadeiras da diretoria. É uma questão indeclinável para o presidente Rodrigo Eduardo Soethe. As advogadas Roberta Zanini e Walkyria Leite Bastos Pereira são, atualmente, secretária geral e secretária adjunta da entidade, respectivamente.

Além delas, a entidade tem mulheres em cargos importantes e estratégicos. Caso da Ouvidoria da OAB Blumenau, que tem como titular a advogada Rosana Hasse Cardozo, e da Coordenação Geral das Comissões, que está sob responsabilidade da advogada Madelaine Margit Ziegler Zimmermann.

Recentemente a secretária adjunta da entidade participou da VIII Conferência Estadual da Mulher Advogada Catarinense, em Florianópolis. Segundo Walkyria Pereira, foram dois dias bem proveitosos, com o compartilhamento de inúmeras histórias dos percalços e vitórias femininas na advocacia e na sociedade em geral.

“Precisamos continuar batalhando e valorizando as conquistas das mulheres ao nosso redor para um mundo mais justo e igualitário. As mulheres precisam do apoio dos homens e de toda a sociedade. Infelizmente, algumas desigualdades ainda persistem”, diz a dirigente da OAB Blumenau.