Motoristas de aplicativos fazem paralisação de 24h no Brasil

A categoria reivindica melhores condições de trabalho e repasses mais altos nas tarifas das corridas.

Foto: Getty Images

Se você pediu uma corrida por aplicativo de transportes nesta segunda-feira (15/05/23), talvez encontre dificuldade em Blumenau. Motoristas de aplicativos como Uber e 99 iniciaram uma paralisação em todo o Brasil reivindicando melhores condições de trabalho e repasses mais altos nas tarifas das corridas.

A AMASC – Associação dos Motoristas de Aplicativo de Santa Catarina divulgou em suas redes sociais que pede corrida mínima de R$ 10,00; pelo menos R$ 2,00 por quilômetro rodado e a inclusão de outras categorias como VIP/ BLACK em Florianópolis e região.

“A AMASC apoia todo e qualquer tipo de manifestação pacífica em busca de melhorias para a categoria dos motoristas de aplicativo e entende a livre opinião dos mesmos.
Em detrimento das grandes plataformas de mobilidade com os parceiros, a AMASC recomenda como alternativa de buscar melhores ganhos e reinvindicações da manifestação, fomentar o uso e apoiar as iniciativas de plataformas locais regionais tanto para os motoristas quantos para os passageiros usarem como alternativa continuada a fim de melhorar a mobilidade e o bem estar de todos”.

A paralisação, estimada para durar 24 horas, é de iniciativa da Federação dos Motoristas Por Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). As entidades calculam que 70% dos profissionais da categoria em todo o país devem aderir à greve.

O presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza, disse para a Agência Brasil que a paralisação é porque o motorista de aplicativo está recebendo o mesmo desde 2016. “Até hoje, o motorista mantém o valor das corridas ganhando a mesma coisa. O setor automobilístico aumentou suas peças, o valor do veículo, o petróleo teve aumentos consecutivos, e as empresas não acompanharam esse aumento”, explicou.

Outra reivindicação da categoria é com relação ao sistema de cobrança. “De 2019 para cá as empresas mudaram o sistema de cobrança. Antes, você saía da sua casa para ir para o seu trabalho, por exemplo, você sabia que esse valor informado seria o mesmo que você pagaria. Atualmente não é isso mais, e com isso também a taxa cobrada dos motoristas também está sofrendo essa variação. As empresas reajustaram os valores das tarifas para os passageiros, mas não repassou para os motoristas, fazendo com que o valor de uma corrida chegue até 60% de desconto de taxa. Com isso, os motoristas estão trabalhando longas horas, chegando no final do dia com o lucro muito baixo, fazendo com que ele tenha que trabalhar todos os dias”, lamentou.

Em nota, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), disse que “respeita o direito de manifestação e informa que as empresas associadas mantêm abertos seus canais de comunicação com os motoristas parceiros, reafirmando a disposição para o diálogo contínuo, de forma a aprimorar a experiência de todos nas plataformas”.

A plataforma 99 informou, por meio de nota, que tem conversado com os motoristas do aplicativo e que tem programas de apoio à categoria. “Ouvindo e conversando com cerca de 2 mil motoristas todos os meses, a 99 adotou soluções permanentes para incrementar os ganhos no app: foi a primeira plataforma a oferecer a Taxa Garantida, que assegura aos condutores a taxa máxima semanal de até 19,99%”.

O aplicativo ainda informou que foi pioneira em iniciativas com o Adicional Variável de Combustível, “um auxílio no ganho que aumenta sempre que o combustível sobe. Além disso, lançou outros programas como: Kit Gás; Consórcios com taxas mais baixas para a compra de veículo; Vantagens no aluguel de carros; o 99Loc, que amplia o acesso à locação de veículos e o DriverLAB, um centro de inovação criado pela 99 para fortalecer o cuidado com o motorista e a redução de seus custos operacionais”.

Com informações da Agência Brasil