Motorista do Uber é agredido e tem vidro traseiro do carro quebrado

 

Anderson Seiler trabalha em uma gráfica, e faz 45 dias que entrou no Uber para que o dinheiro ajude no pagamento da faculdade de sua filha de 18 anos. Por volta das 22h10min deste sábado (11/03/17), ele estava na Rua Alberto Stein, próximo do Parque vila Germânica, quando recebeu um chamado pelo aplicativo, para ir à Rua Brusque, no bairro da Glória. No local havia duas jovens que queriam ir ao Caça e Tiro Jordão onde acontecia um baile.

Quando trafegava pela via em direção ao clube, percebeu um Táxi atrás do seu veículo Fiat Linea, que fazia uma corrida. “Quando deixei as passageiras no destino, o Táxi fez a volta e começou a tirar fotos do meu carro. Aí eu percebi que tinha algo errado e tive que voltar no sentido da Rua Amazonas, porque surgiu um outro chamado na Rua Brusque. Estava atrás do Táxi e vi o motorista falando no celular o tempo todo. Conhecendo a Rua Brusque, com uma saída única que vai para Gaspar, encostei o carro ao lado do Terminal Garcia, porque não sabia o tamanho da emboscada que me esperava” disse Anderson.

Em seguida o Táxi parou ao lado do carro de Seiler e o motorista disse “No Garcia não, que eu era para vazar e desligar o aplicativo”. Mas ele não se intimidou e disse que não tinha medo deles e iria continuar trabalhando no Garcia normalmente. “Ao perceber que o motorista do Táxi fazia mais ligações, eu cancelei a viagem, dei a volta por trás do Terminal para acessar a Rua Amazonas, quando vi outros dois táxis me esperando, um VW Space Fox e um outro veículo, que tentaram me fechar, mas eu consegui driblar e escapar” comenta Seiler.

Anderson pensou em acelerar para fugir, mas como havia muito movimento de carros naquela hora, desistiu já que havia o risco de cometer algum acidente. “Avaliei que seria melhor não deixarem me ultrapassar. Em seguida ligou para a Polícia Militar comunicando a ameaça e pedindo que enviassem uma viatura no sentido contrário. Mas não deu tempo deles chegarem, porque quatro minutos depois, ao chegar no semáforo que liga à Rua Hermann Huscher, estavam parados uma moto e um carro, não tinha como furar o sinal vermelho”, comentou.

“Foi nesse momento que o taxista que já vinha me perseguindo desde o Caça e Tiro Jordão encostou o veículo no meu lado e começou a me ameaçar de novo” disse Seiler, que reforçou não ter medo deles e que iria continuar operando normalmente no Garcia.

“Não vi que por trás veio um homem e aproveitou a janela aberta, me dando um soco no rosto. Em seguida quebrou o vidro traseiro do automóvel. A orientação do Uber é que não se reaja, por isso evitei desembarcar. Em seguida eles fugiram do local, mas como tinha um terceiro que não consegui ver, fui atrás para tentar identificar”, completou o motorista.

Assim que avistou esse último carro, foi direto ao 10º Batalhão da Polícia Militar e registrou o boletim de ocorrência. “Os policiais foram muito atenciosos, verificaram as câmeras de segurança e já identificaram os carros. Amanhã (segunda) a tarde, eu posso passar lá para pegar a filmagem” conclui Seiler.

Anderson reforçou que não irá se intimidar. Está certo ele, afinal taxistas que comportam-se de forma violenta não representam a classe, repleta de pessoas honestas. É importante ressaltar que esse tipo de intimidação é uma atitude criminosa, ainda mais quando há risco à integridade física de outras pessoas e ao patrimônio alheio.