Imagens: Nilson Coelho [R3Animal]
A cachalote-pigmeu (Kogia breviceps) que estava em reabilitação no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/3Animal) veio a óbito no início da manhã desta quarta-feira (21/10/20). O animal foi encaminhado para necropsia para tentar identificar o motivo do encalhe em Imbituba (SC) e a possível causa da morte. O resultado sairá nos próximos dias.
Segundo a responsável técnica do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), médica veterinária Marzia Antonelli, o animal apresentou um comportamento mais ativo durante a madrugada.
“Ela nadava bastante e tentava mergulhar, sem a necessidade de contenção. No início da manhã, ela foi hidratada e medicada”, explica Marzia. Mas, infelizmente, ela teve uma parada cardiorrespiratória e morreu.
Os resultados dos exames complementares até agora apontam que os parâmetros estavam de acordo com os padrões desta espécie. O animal passará por necropsia para tentar descobrir as possíveis causas do encalhe e da morte. Tão logo estejam prontos, divulgaremos os resultados.
Para o gerente do PMP-BS/R3 Animal, o oceanólogo Emanuel Ferreira, apesar do ocorrido, a experiência que fica vai contribuir para o auxílio em encalhes futuros de cetáceos e na ajuda da preservação das espécies.
“Só o fato de conseguirmos transportar e manter vivo por mais de 24 horas um animal deste porte, já é uma conquista. A reabilitação de cetáceos é algo muito difícil e complexo. Temos certeza que investimos todos os esforços e conhecimentos para proporcionar o bem-estar do animal durante o tratamento”, avalia Emanuel.
Nosso agradecimento a todos os colaboradores, técnicos e voluntários que se dedicaram com tanto empenho e carinho 24 horas por dia na reabilitação da cachalote-pigmeu. Apesar do momento triste que todos os envolvidos estão passando, fica a nossa gratidão às equipes da Udesc/Laguna, Instituto Australis, Univille, Projeto Toninhas, Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LaMAq/UFSC) e Univali.
A cachalote-pigmeu era uma fêmea, com 3 metros de comprimento e 370 quilos. Ela encalhou na praia da Ribanceira, em Imbituba, na segunda-feira (19/10/20). Chegou a ser desencalhada por duas vezes por pescadores e moradores, mas encalhou novamente. As instituições executoras do PMP-BS naquela região, Instituto Australis e Udesc, juntamente com o Protocolo de Encalhes da APA da Baleia-franca foram acionados e optou-se então pela translocação do animal até Florianópolis. Uma equipe da R3 Animal, composta por veterinários, biólogos e oceanólogo fez o transporte em um trailer adaptado para animais marinhos. A operação contou com o apoio e a escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A cachalote-pigmeu vive em águas profundas em todos os mares temperados, tropicais e subtropicais, por isso é dificilmente avistada próxima às praias. Ela possui a cabeça quadrangular, pode atingir 400 quilos e medir até 4 metros de comprimento. Tem a coloração cinza-azulado escuro no dorso, com ventre mais claro. Alimenta-se de lulas, pequenos peixes e crustáceos. É um animal ameaçado de extinção e, quando em situação de perigo, libera um líquido avermelhado escuro para tentar escapar de predadores.
Caso encontre um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341, das 7h às 17h. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!