A Polícia Federal investiga a exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa. A “Operação Akuanduba” foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O nome faz menção a divindade da mitologia indígena que habita o estado do Pará. Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem.
No total, 160 policiais federais cumprem 35 mandados no Distrito Federal, no gabinete do Ministério do Meio Ambiente no Pará e em São Paulo. Na capital paulista, os policiais realizaram buscas nos endereços residenciais de Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente, e em Brasília, no seu imóvel funcional. Também foi solicitado a quebra do seu sigilo bancário e fiscal.
Outro nome de peso investigado, é o de Eduardo Bim, presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O ministro do STF determinou o seu afastamento do cargo, assim como de outros nove agentes públicos que ocupavam cargos e funções de confiança nos órgãos.
Também foi determinada a suspensão imediata da aplicação de um despacho emitido em fevereiro de 2020, que permitiu a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações de exportação. Estima-se que o despacho, elaborado a pedido de empresas que tiveram cargas não licenciadas apreendidas nos EUA e Europa, resultou na regularização de mais de 8 mil cargas de madeira exportadas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020.
As investigações iniciaram em janeiro, segundo a Polícia Federal, a partir de informações “obtidas de autoridades estrangeiras” que noticiavam um “possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira”.