Ministro Ricardo Salles e presidente do Ibama são alvos de operação da Polícia Federal

As investigações iniciaram em janeiro após denúncias de um possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira.

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A Polícia Federal investiga a exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa. A “Operação Akuanduba” foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O nome faz menção a divindade da mitologia indígena que habita o estado do Pará. Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem.

No total, 160 policiais federais cumprem 35 mandados no Distrito Federal, no gabinete do Ministério do Meio Ambiente no Pará e em São Paulo. Na capital paulista, os policiais realizaram buscas nos endereços residenciais de Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente, e em Brasília, no seu imóvel funcional. Também foi solicitado a quebra do seu sigilo bancário e fiscal.

Outro nome de peso investigado, é o de Eduardo Bim, presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O ministro do STF determinou o seu afastamento do cargo, assim como de outros nove agentes públicos que ocupavam cargos e funções de confiança nos órgãos.

Também foi determinada a suspensão imediata da aplicação de um despacho emitido em fevereiro de 2020, que permitiu a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações de exportação. Estima-se que o despacho, elaborado a pedido de empresas que tiveram cargas não licenciadas apreendidas nos EUA e Europa, resultou na regularização de mais de 8 mil cargas de madeira exportadas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020.

As investigações iniciaram em janeiro, segundo a Polícia Federal, a partir de informações “obtidas de autoridades estrangeiras” que noticiavam um “possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira”.