Microalga causa mortandade de peixes em duas cidades litorâneas de Santa Catarina

Uma nota técnica conjunta, com o aval de diversos órgãos estaduais, recomenda evitar tomar banho e consumir pescados oriundos da região afetada.

Foto: Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA)

Uma grande mortandade de peixes foi registrada no dia 5 de março de 2024 na região litorânea continental dos municípios de Florianópolis e São José. Após análises laboratoriais, foi identificada a presença, em grandes proporções, de uma microalga marinha do gênero Karenia, que causa esse tipo de problema em várias partes do mundo.

A densidade de células observada em uma das amostras chegou a mais de 300 milhões de células por litro. É o resultado da interação entre os animais e essa microalga. As florações de grande magnitude, como a que está ocorrendo nesta região, são considerados fenômenos naturais.

Foto: Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA)

Entre os vários fatores que contribuem para a sua ocorrência, estão as mudanças oceanográficas e/ou climáticas. Em geral, a maior parte deste organismos é inofensiva, mas algumas espécies, como a “Karenia spp.”, podem causar efeitos negativos para a fauna e/ou para o ser humano.

Na sexta-feira (8), foi emitida uma nota técnica conjunta para alertar a população sobre o contato com a microalga e o consumo de pescados entre a Ponta de Baixo e Serraria, em São José (SC), e os bairros litorâneos continentais de Florianópolis, entre o Abraão e o Jardim Atlântico.

O documento teve o aval do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária, da Secretaria Executiva da Aquicultura e Pesca, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC).

As toxinas produzidas por “Karenia spp.” não fazem parte do monitoramento de rotina que é feito nas ostras e mexilhões produzidos em todo o litoral de Santa Catarina.

Seguem as recomendações:

  • Evitar banho ou contato direto com as manchas no mar;
  • Evitar o consumo de pescados desta região, incluindo peixes, moluscos bivalves (ostras, mexilhões, vieiras, berbigões) e crustáceos (camarões, siris), até que este evento de floração esteja encerrado;
  • Em caso de apresentação de sintomas após o consumo de pescados desta região, procurar atendimento em unidade de saúde mais próxima e realizar a notificação na Vigilância Epidemiológica ou na Vigilância Sanitária municipal.
  • As instituições públicas responsáveis pela fiscalização sanitária do comércio, inspeção de produtos de origem animal, pesquisa e extensão e diagnóstico foram comunicadas para que tomem as providências pertinentes às áreas de atuação de cada uma delas.

Novas coletas serão realizadas para monitoramento das áreas afetadas e as atualizações podem ser acompanhadas na área de notícias no site do IMA: www.ima.sc.gov.br