Março lilás: mês de conscientização sobre o câncer de colo uterino

Entre 2013 e 2022, a doença esteve entre as 3 principais causas de morte por câncer nas blumenauenses jovens.

Imagem: Valentin Suprunovich

No mês de Março, ocorre a campanha de conscientização sobre o câncer de colo uterino. Trata-se de uma das neoplasias com maior incidência nas brasileiras, que ocasiona muitos óbitos, não só no país, mas também em Blumenau.

Entre 2013 e 2022, a doença esteve entre as 3 principais causas de morte por câncer nas blumenauenses jovens. Além disso, respondeu por aproximadamente uma de cada cindo mortes por câncer, dentre os tumores sólidos mais prevalentes, de mulheres com menos de 50 anos (gráfico 1).

Fonte: elaborado pelo autor a partir de dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica Estadual

O papilomavírus humano (HPV) está relacionado com a maioria dos casos de câncer de colo uterino. Coube ao médico virologista alemão Harald zur Hausen a descoberta, no início dos anos 80, de que este vírus estava relacionado ao surgimento da doença (figura 1).

Figura 1: Harald zur Hausen e uma fotomicrografia do vírus HPV

A principal estratégia de prevenção, utilizada há décadas, tem sido o rastreamento por meio do exame preventivo, que consiste no raspado de células do colo uterino das mulheres e a observação de alterações celulares induzidas pelo vírus (figura 2).

Figura 2: coleta de preventivo e alterações celulares induzidas pelo HPV

Um estudo realizado na cidade de Campinas (SP) no início dos anos 2000, mostrou que as principais barreiras para realização do exame foi o fato de as mulheres considerarem o exame desnecessário ou sentir embaraço para coleta. A não realização do exame preventivo foi mais frequente naquelas que também não fizeram mamografia nos últimos dois anos.

Atualmente, outra estratégia adotada para reduzir o impacto dessa doença na população é a vacinação de meninas entre 9 e 14 anos, de modo a protegê-las da infecção pelo HPV na vida adulta.

Somando esses esforços, com o rastreamento em larga escala da população feminina, sobretudo entre os 25 e 65 anos, e com a vacinação de meninas, espera-se conseguir reduzir o impacto do câncer de colo uterino no Brasil, dentro de algumas décadas.