Por Claus Jensen, com fotos de Marlise Cardoso Jensen
Cerca de 150 pessoas se reuniram na Blulivro do Shopping Park Europeu, no dia 19 de outubro, para o lançamento de um livro que conta a história da Oktoberfest. São 30 depoimentos reunidos desde 2012, organizados pelo publicitário José Geraldo Reis Pfau e escritos pelo jornalista Renê Müller. A obra é uma iniciativa do advogado Sérgio Fernando Hess de Souza e do empresário Emílio Schramm, que convidaram os dois para participarem do projeto, e conta com o apoio do SINDILOJAS Blumenau e de Hess & Arend Advogados.
O evento reuniu diversas autoridades e personagens que fizeram parte dos dois primeiros anos da Oktoberfest. Durante o lançamento, foram vendidos 55 livros e teve a apresentação do Blumenauer Volkstanzgruppe, do Centro Cultural 25 de Julho, de Blumenau. A realeza da 35ª edição também abrilhantou a noite.
A ideia de realizar a Oktoberfest começou a surgir em meados da década de 1970, e encontrou respaldo nas primeiras composições da Comissão Municipal de Turismo. Depois de tentativas infrutíferas, os empresários do Comércio e da Hotelaria da cidade finalmente fecharam uma parceria com o prefeito Dalto dos Reis, recém-eleito. No final de 1983, tomaram a frente da comissão que organizou a primeira festa, em outubro de 1984, com o apoio promocional da administração municipal.
O advogado Sérgio Fernando Hess de Souza era presidente do CDL de Blumenau em 1984, quando aconteceu a primeira edição da Oktoberfest, quando também presidia a comissão organizadora. “O que mais me marcou, foram a união e solidariedade que tomou conta de todos os organizadores. Blumenau era uma cidade destruída. Só quem viveu sabe o que foram as enchentes de 1983 e 1984. A festa que já tinha sido planejada, ressurgiu no momento de maior necessidade dos blumenauenses. Ela recuperou a auto estima dos moradores e ficou marcada pela sua organização, alegria e atrações que ainda permanecem, como o Bierwagen, Chope em Metro, gastronomia, parque de diversões e os desfiles”, destaca Hess.
Ao ser questionado sobre a parte mais prazerosa durante o livro, ele disse que foi lembrar de cada fato da época. “Foram essas entrevistas com as pessoas que eu não via há anos, e estavam aqui hoje, como o Luiz Cé, Salésio da Conceição, Ingo Penz, e tantos outros que fizeram parte dessa história. Entre as lembranças, a de Cesar Deggau, criador do Chope em metro, que já faleceu”, finalizou Hess. Ele considera a festa muito bem resolvida no formato atual, com novas atrações a cada ano, como aconteceu em 2018 com o Oktober Karte. Também destacou as mudanças nos critérios dos trajes típicos e a diversificação da gastronomia.
O empresário Emílio Schramm disse que com o tempo, começaram a surgir muitas histórias sobre a origem da Oktoberfest, um pouco diferentes de quem se envolveu na época em que foi criada. “Isso incomodava um pouco. Toda vez que eu e o Sérgio nos encontrávamos, comentávamos sobre a necessidade de registrar isso. Mas fomos protelando até 2012, quando nos sentamos com o Pfau e o Renê para começar o livro. Mesmo assim ainda demorou bastante, mas agora finalmente saiu. Ele não só mostra para os blumenauenses o que realmente aconteceu, mas também que quando nós queremos e nos unimos, conseguimos realizar. Imaginávamos que a Oktoberfest seria um sucesso, mas não do tamanho que ficou”, recordou Schramm.
Na época Emílio era diretor do CDL e encarregado dos desfiles. “É importante as pessoas saberem que a iniciativa de fazer a festa foi da comunidade, não do poder público, que depois abraçou a causa. Tenho orgulho do que a festa é hoje e não mudaria em nada do jeito que está”, completa o empresário.
Entre as curiosidades que citou, uma situação na década de 1980, quando Emílio foi à Alemanha junto com Renato Vianna, prefeito de Blumenau na época, para conhecer a Oktoberfest de Munique. “Meu alemão não é dos melhores. Eu queria ir à prefeitura da cidade, mas não sabia como se dizer prefeitura em alemão. Então parei um pedestre e perguntei onde ficava o lugar que o prefeito trabalhava. Ele disse é o Rathaus e me indicou onde era, e eu nunca mais esqueci [risos]”, finalizou.
Como participou desde o início da festa, o publicitário José Geraldo Reis Pfau foi convidado para ser o organizador do livro. “Contamos tudo que aconteceu nos anos 1984 e 1985 no sentido comunitário, ou seja, o que a cidade fez para criar uma festa modelo que está na 35ª edição. Ela segue com o mesmo formato de atrações e está muito bem organizada, apesar de ter passado por algumas dificuldades, mas está no caminho certo”, finaliza o Pfau.
O sócio da Blulivro, Guilherme Ademar Pedrini, destaca a importância de passar a história da festa para as novas gerações.”Depois de muito tempo, o Sérgio e o Pfau conseguiram lançar o livro mantendo essa história tão importante viva. Como uma livraria blumenauense, ficamos muito felizes de termos recebido esse evento”.