La Niña pode se confirmar em 2025, mas com intensidade e duração limitadas

Fenômeno traz perspectivas de chuvas irregulares e impactos regionais no clima de Santa Catarina. Em dezembro os municípios do Oeste e Planalto Sul enfrentaram seca fraca a moderada.

O resfriamento observado na região equatorial do Oceano Pacífico desde julho de 2024 intensificou-se em dezembro, com uma queda abrupta das temperaturas, conforme dados da EPAGRI/CIRAM e da Secretaria de Estado da Defesa Civil (SDC). As anomalias térmicas registradas pela NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA) alcançaram 0,7°C abaixo da média, atingindo o limiar necessário para a configuração da La Niña, que exige temperaturas persistentes abaixo de -0,5°C.

Os modelos climáticos indicam que essas condições podem se manter entre fevereiro e abril, com retorno à normalidade esperado na sequência. No entanto, não há consenso entre os modelos sobre a duração do resfriamento, o que torna incerta a consolidação do fenômeno. Mesmo que a La Niña se concretize, ela deverá ser de fraca intensidade e curta duração.

A reação da atmosfera a esse cenário deve trazer impactos regionais no clima de Santa Catarina, com chuvas irregulares e acumulados próximos ou abaixo da média, especialmente no Grande Oeste. O Índice Integrado de Secas, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (CEMADEN), aponta que em dezembro os municípios do Oeste e Planalto Sul enfrentaram seca fraca a moderada, reflexo de precipitações irregulares desde o segundo semestre de 2024, quando houve meses com índices abaixo da média climatológica.

Os próximos meses serão cruciais para acompanhar a evolução do fenômeno e seus efeitos no verão e início do outono, período em que os impactos podem se manifestar com maior clareza.