Julho é o mês mundial de combate às hepatites virais

 

 

 

Julho é considerado pelo Ministério da Saúde (MS) o mês amarelo de combate às hepatites virais. E no dia 28 é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, de conscientização em relação à doença. Para garantir o diagnóstico, tratamento e acompanhamento gratuito de pacientes portadores da doença, Blumenau conta com o Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção (Cedap).

A médica do serviço, Fernanda de Augustinho, explica que as melhores formas de prevenção passam pelo uso de preservativo nas relações sexuais, e pelo não compartilhamento de materiais cortantes que ocasionem lesões que possibilitem contato com o sangue. “Para prevenir a hepatite é importante exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings; bem como não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure, lâminas de barbear, de depilar ou agulhas. Para a hepatite B existe a vacina disponível na rede pública. Para o tipo C a única forma de evitar é a prevenção”, enfatiza a gastroenterologista.

De janeiro a maio deste ano já foram registrados 45 novos casos em Blumenau. Existem cinco tipos de vírus da hepatite, nomeados por letras do alfabeto: A, B, C, D e E. Os mais prevalentes em nossa região são os tipos A, B e C e em Blumenau o tipo C é o de maior incidência, principalmente entre homens de 35 a 49 anos. De acordo com registros do Cedap, 197 pacientes já foram tratados para hepatite C no serviço e 16 estão em tratamento. Para hepatite B, são 105 pacientes em uso de medicação.

O diagnóstico é realizado por testagem rápida nas unidades de saúde do município, e quando confirmados os pacientes são encaminhados ao Cedap, onde está o Serviço de Referência em Hepatites Virais. No local, o paciente tem garantidos o diagnóstico e o tratamento clínico com atendimento multidisciplinar de enfermagem, farmácia e médico, além do encaminhamento dos processos para solicitação e dispensa de medicação de alto custo. Nos últimos três anos, os casos de hepatites aumentaram na cidade. Em 2016 foram 88, 2017 chegaram a 91 e no ano passado atingiram 109 registros de hepatites virais.

As hepatites no Brasil e no mundo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, anualmente, ocorram cerca de 1,34 milhões de óbitos associados às hepatites virais. Entre eles, 96% dos casos estejam relacionados às hepatites virais B ou C. Estima-se que aproximadamente 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos casos de câncer primário do fígado estejam associados à infecção pelos vírus das hepatites B e C.

O Brasil, de acordo com o MS, possui cerca de 17 mil casos confirmados de hepatite B a cada ano e cerca de 14 milhões de pessoas podem já ter sido expostos à doença. Já em relação à hepatite C, estima-se que aproximadamente 1 milhão de pessoas tenham tido contato com o vírus. A maior concentração de casos de hepatite C está entre a população acima de 40 anos de idade. De 2000 a 2016, foram identificados no país mais de 65 mil óbitos por causas básicas e associadas às hepatites virais, sendo a maioria relacionadas à hepatite C.

Por Marília Prado [SECOM/BNU]