Hospital Santa Isabel realiza o 200º transplante de córnea em Blumenau

Ao longo da vida, doenças e infecções podem afetar essa camada transparente no olho, levando à diminuição ou à perda total da visão.

Foto: Zarina Lukash [Getty Images]

As cores, profundidade, luz, a beleza de um sorriso, ver fotos ou um filme, enxergar a delicadeza de um rosto e apreciar belas paisagens. O que é considerado corriqueiro para muitos, representa um desafio para milhares de pessoas com deficiência visual.

Ao longo da vida, certas condições podem afetar as córneas, levando à diminuição ou à perda total da visão. A córnea, uma camada transparente situada na parte frontal dos olhos, é fundamental para o foco da luz e para a proteção ocular.

Doenças, infecções e lesões nesse tecido podem indicar a necessidade de transplante. Em março, o Hospital Santa Isabel, localizado em Blumenau, alcançou o expressivo número de 200 transplantes de córnea realizados. Esses procedimentos têm o potencial de restaurar a visão dos pacientes, melhorando significativamente sua qualidade de vida.

De acordo com o Dr. Rodrigo Thiesen Muller, Médico Oftalmologista especialista em Córnea e Cirurgia Refrativa, as principais indicações de transplante de córnea são aquelas que geram alteração na transparência ou na regularidade do tecido, como por exemplo ceratocone, cicatrizes corneanas ou patologias hereditárias. As córneas passam por avaliações quando retiradas do doador e vão para a central de Banco de Olhos, antes de qualquer cirurgia.

“O paciente vai receber o tecido de uma pessoa que não tinha nenhuma condição ocular que afete a córnea, com contagem celular adequada, viável para entregar boa visão para quem vai receber”, afirma o especialista. Além disso, o transplante de córneas tem alta taxa de sucesso e é considerado seguro e eficaz na maioria dos casos.

“O procedimento pode ser feito nos dois olhos, mas não ao mesmo tempo. Existem pacientes que possuem os dois olhos transplantados. O ideal é que se aguarde alguns meses para um novo transplante para evitar intercorrência, como a rejeição do tecido transplantado. Mas, de modo geral, a córnea é um tecido que não possui vasos sanguíneos e isso diminui muito a resposta imunológica. Com isso, a taxa de rejeição de um transplante de órgãos é muito menor quando comparada com outros órgãos”, afirma.

Outros transplantes

O Serviço de Transplantes do Hospital Santa Isabel atende pacientes de todas as cidades de Santa Catarina e até outros estados brasileiros. O primeiro transplante foi em 1980 – um rim. Ao longo dos anos, a instituição expandiu os serviços oferecendo também transplantes de córneas, fígado, pâncreas e coração, entre outros. Hoje, o Hospital Santa Isabel está entre os reconhecidos nacionalmente pelo pioneirismo. A alta tecnologia é aliada, permitindo que as técnicas relacionadas aos transplantes evoluíssem ao longo dos anos.

“A córnea é um tecido que possui cinco camadas e aproximadamente meio milímetro de espessura. Hoje com técnicas modernas, é possível trocar apenas a camada doente e preservar as estruturas saudáveis do paciente. Isso traz ainda mais benefícios e menos riscos de rejeição do que os procedimentos convencionais. Algumas vezes, a cirurgia pode ser feita com equipamentos a laser que fazem cortes mais precisos”, encerra o especialista.

Com informações de Suelen Eskelsen, da assessoria de comunicação do Hospital Santa Isabel.