GAECO e Polícia Civil desarticulam grupo criminoso que aplicava o golpe da “compra confirmada”

Operação Shadow Ride desmantela esquema que utilizava motoristas de aplicativos e comprovantes falsos para enganar vendedores, causando prejuízos de milhares de reais.

Foto: equipe GAECO/SC

Imagine anunciar um produto em uma plataforma de vendas online, receber um comprovante de pagamento aparentemente legítimo e, confiante, entregar o item a um motorista de aplicativo. Dias depois, ao conferir o extrato bancário, você descobre que o dinheiro nunca caiu na conta.

Essa foi a realidade de pelo menos oito vítimas em Santa Catarina, lesadas por um grupo criminoso especializado no “Golpe do Falso Pagamento”, também conhecido como “Golpe da Compra Confirmada”. Na manhã desta quinta-feira (30/01/25), uma operação conjunta das forças de segurança pôs fim a esse esquema, com a prisão de quatro suspeitos e o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão.

Foto: equipe GAECO/SC

A Operação Shadow Ride, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), por meio do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGAECO), e pela Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), com apoio do GAECO do Rio Grande do Sul, teve como alvo um grupo criminoso que agia de forma organizada e sofisticada. Os golpistas, originários do Rio Grande do Sul, mas com atuação em Santa Catarina, criaram mais de 3.500 contas em plataformas de vendas nos últimos três anos, utilizando identidades falsas para aplicar golpes.

A modalidade do crime era simples, mas eficaz. Os criminosos se passavam por compradores interessados em produtos anunciados em plataformas como a OLX. Após entrar em contato com o vendedor, solicitavam o e-mail ou telefone, alegando que era necessário para concluir o pagamento via OLX Pay.

Em seguida, enviavam um comprovante de pagamento falso, cuidadosamente elaborado para imitar o sistema da empresa. Com o vendedor convencido, pressionavam para que o produto fosse entregue imediatamente, muitas vezes utilizando o serviço Uber Flash para retirar o item. Motoristas de aplicativo, sem saber que participavam de um esquema criminoso, recolhiam os produtos e os levavam para endereços públicos, onde os golpistas aguardavam.

Somente na capital catarinense, as investigações identificaram oito vítimas, com prejuízos estimados em R$ 30 mil. No entanto, há indícios de que dezenas de outras pessoas possam ter sido lesadas em todo o estado. A investigação, conduzida pela Delegacia de Combate ao Estelionato da Capital (DCE) com apoio técnico do CyberGAECO, começou no final de 2024, após o registro de diversos boletins de ocorrência. As vítimas relatavam crimes de estelionato em plataformas de vendas online, com um modus operandi semelhante.

A operação contou com a colaboração ativa de empresas como Uber e OLX, que forneceram informações cruciais para o desmantelamento do esquema. A Uber, por exemplo, disponibiliza um portal para que autoridades policiais solicitem dados sobre viagens realizadas por meio de seu aplicativo. Essa parceria entre setores público e privado foi essencial para o sucesso da operação, reforçando a importância da cooperação no combate a práticas criminosas.

A escolha do nome “Shadow Ride” para a operação reflete o caráter furtivo das ações criminosas, que eram realizadas “nas sombras”, com o uso de identidades falsas e do serviço de transporte como instrumento do golpe. Além dos mandados de prisão e busca, as autoridades apreenderam dispositivos eletrônicos e documentos que devem fornecer mais detalhes sobre a extensão do esquema.

O GAECO, composto por diversas instituições como o Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, tem como missão identificar, prevenir e reprimir organizações criminosas. Já o CyberGAECO, unidade especializada dentro do GAECO, atua especificamente no combate a crimes cibernéticos, como os investigados nesta operação.

A Operação Shadow Ride marca um importante avanço no combate aos crimes digitais em Santa Catarina, demonstrando a eficácia da atuação integrada entre forças de segurança e empresas de tecnologia.

As autoridades reforçam a importância de os cidadãos estarem atentos a golpes online e de sempre confirmarem pagamentos diretamente em suas contas bancárias antes de entregar produtos. Com a prisão dos suspeitos e a apreensão de provas, espera-se que novos detalhes sobre o esquema criminoso sejam revelados, contribuindo para a prevenção de futuros golpes e a proteção dos consumidores.

Fonte: Ministério Público de Santa Catarina (MPSC)


 

 


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