No dia 4 de agosto de 2015, foi inaugurado no subsolo da antiga prefeitura, atual Fundação Cultural de Blumenau, um espaço alternativo para a cultura em Blumenau. O local era usado como depósito e foi adequado para receber exposições e apresentações culturais. De acordo com a proposta, toda terça-feira tinha alguma atração cultural.
Mas as reformas precisam ser ampliadas, o que está programado para os próximos meses, através da iniciativa privada que terá direito a explorar o local, desde que mantenha o espaço disponível aos artistas. O projeto é muito interessante e funcionará em duas etapas. Conversei com Carlos Schrubbe, diretor de cultura da Fundação Cultural de Blumenau.
OBlumenauense: Quais as principais mudanças no projeto Espaço Alternativo para 2016?
Carlos Schrubbe: O Espaço Alternativo das terças-feiras, funcionou de uma maneira bem empírica. Nós queríamos dar um espaço da fundação para os artistas. Em seis meses, nós conseguimos movimentar R$ 16 mil para aqueles que se apresentarem, em um projeto que uniu economia e cultura. Era um lugar diferente e nas terças-feiras praticamente não tinha nada para fazer na cidade.
Mas iremos fazer uma reforma total do local, onde a empresa que ganhar a licitação poderá explorá-lo. Será semelhante ao que aconteceu com a Thapyoca, que participou de um edital e ganhou a concessão do antigo Biergarten. Da mesma forma será com o espaço alternativo que será oferecido aos artistas, mas quem banca a reforma é o empreendedor que irá explorá-lo.
OBlumenauense: Como irá funcionar esse edital?
Carlos Schrubbe: A partir da próxima quarta-feira (2/03/16), faremos um chamamento público, onde qualquer local que deseja receber artistas, com músicos de diferentes linguagens musicais, poetas, escritores, artistas plásticos, atores com peças de teatro, contadores de histórias, etc; poderá se manifestar. Os interessados deverão se inscrever na página Blumenau Mais Cultura, oferecendo o seu espaço ou empreendimento para receber os artistas da fundação.
O edital ficará disponível durante duas semanas para os empreendedores. Depois será disponibilizado outro edital pelo mesmo período, desta vez para os artistas, constando todos os locais do chamamento. O empreendedor pode informar sua preferência, se por exemplo prefere apresentações de jazz, blues, teatro, exposição com quadros, etc…
OBlumenauense: Como será feita a remuneração para os artistas que participarem?
Carlos Schrubbe: Após esse processo do edital finalizado, será feito um encontro entre os artistas e responsáveis pelos locais inscritos, para discutir as principais demandas de cada um. É quando também será definida a forma de pagamento, ou seja, se será um valor fixo, couvert ou estabelecido um piso. Mas será responsabilidade do local pagar esse artista. Nada impede que a Fundação Cultural procure patrocinadores para fomentar essa série. Mas é algo incerto, porque ainda não temos esse know how.
O papel da fundação será a agenda destes locais inscritos para os dias definidos. Por exemplo, para quarta ou quinta-feira criamos um nome como “Fundação invade”, “Dia da Fundação”, enfim qualquer outro. Desta forma faremos com que esses artistas girem a cidade inteira abrindo novos locais para eles mostrarem seu trabalho, com a possibilidade de ganhar dinheiro. Quando o espaço alternativo estiver totalmente reformado pelo vencedor da licitação, ele deve se tornar o principal espaço cultural.
OBlumenauense: O público pagará algum valor para esses locais, quando os artistas definidos pela Fundação Cultural se apresentarem?
Carlos Schrubbe: O único gasto do público, será o que for consumir nesses locais (bares), que deve ser um preço popular, onde o artista e o empreendimento possam ter o retorno financeiro. O público será atraído pelo trabalho e qualidade do próprio artista, ganhando cultura com várias linguagens por toda cidade.
