Para o trimestre maio/junho/julho a previsão é de chuva acima da média, por influência do fenômeno El Niño. A chuva deve ocorrer com maiores volumes a partir da segunda quinzena de maio, e especialmente os meses de junho e julho apresentarão volumes acima da média. O volume esperado seria de 120 a 200 mm mensais no Oeste e Meio Oeste, e de 80 e 140 mm do Planalto ao Litoral.
As chuvas no outono e principalmente no inverno são causadas pela passagem de frentes frias, sistemas de baixa pressão e vórtices ciclônicos. Ressalta-se que estes sistemas causam temporais localizados, com pancadas de chuva forte, raios e rajadas de vento que podem superar os 70km/h. Ciclones extratropicais próximos ao Litoral devem atuar com mais frequência de maio a outubro, mantendo o vento forte e persistente com mar agitado, trazendo perigo para a pesca e navegação e, muitas vezes, resultam em ressaca.
Destaque: eventos extremos podem ocorrer em qualquer época do ano, com acumulados significativos de chuva em curto espaço de tempo. Especialmente no outono e no inverno rajadas de vento acompanham os eventos de temporais com chuva mais significativa.
Nos meses de maio, junho e julho a temperatura estará acima da média climatológica. Em maio e junho as ondas de frio chegam com menos frequência e com curta duração, sendo mais intensas no mês de julho. Neste ano, os períodos de frio devem ser intercalados por períodos (de 4 a 5 dias) com atuação de ar mais quentes. No restante do outono (maio/junho) massas de ar frio e seco deixam as noites e madrugadas mais frias, com temperaturas mínimas mais baixas que nos meses anteriores, entre 0°C e 7°C nas áreas mais altas do estado.
No trimestre as massas de ar frio devem causar formação de geada, generalizada em todas as regiões catarinenses nos eventos mais intensos (massas de ar polar) e com possibilidade de neve principalmente no Planalto Sul. Durante anos de El Niño períodos prolongados sem chuva e com temperatura à tarde mais elevada (acima de 25ºC) podem ocorrer no trimestre, sobretudo em maio e junho, caracterizando os veranicos. Outra característica do outono e inverno são os nevoeiros nas primeiras horas da manhã e a grande amplitude térmica diária (diferença de temperatura mínima e máxima), ou seja, o dia começa com temperaturas mais baixas e durante a tarde, com a presença do sol, a temperatura sobe e faz calor.
A Temperatura da Superfície do Mar (TSM):
A TSM (Temperatura da Superfície do Mar) no Oceano Pacífico Equatorial, região de monitoramento do El Niño, apresentou anomalia positiva desde outubro de 2014, acima da média climatológica, em torno de 0,5ºC e 1,5ºC no Pacífico Oeste e Central e negativas (entre zero e 0,5°C) no Pacífico Leste como mostram as Figuras 1. Em março e abril houve o acoplamento atmosférico (enfraquecimento dos ventos alísios e aumento da convecção no Pacífico Oeste) e oceânico (TSM), configurando o fenômeno El Niño de fraca intensidade. O fenômeno persiste nos próximos meses, com maior influência no Sul do Brasil no inverno e primavera.
Figura 1 – Anomalia da TSM nos oceanos Atlântico e Pacifico, em Abril de 2015.
Figura 2 – Anomalia da TSM no oceano Atlântico e Pacifico, entre 15 e 21/03/2015.
- Início do inverno: 21/06 às 13h38min
- Fim do inverno e inicio a primavera: 23/09 às 05h21min
A Epagri/Ciram recomenda o permanente acompanhamento dos boletins e informações disponibilizados neste site.
Elaboração do boletim: Gilsânia Cruz e Marilene de Lima (Meteorologistas)
Previsão do Fórum Climático: EPAGRI/CIRAM, IFSC E AGF