A Federação Catarinense de Municípios (FECAM) assinará o protocolo de intenções com o Instituto Butantan às 14h desta quinta-feira (10/12), em São Paulo (SP). A parceria formaliza o interesse dos municípios catarinenses em adquirir a vacina Coronavac, do laboratório Sinovac, após a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Equipe técnica da FECAM, prefeitos e prefeitas catarinenses estarão no ato com transmissão ao vivo pela internet. A assinatura deverá ser formalizada pelo presidente da FECAM e prefeito de Rodeio, Paulo Roberto Weiss; e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.
Após a cerimônia, a comitiva irá conhecer o complexo de laboratórios do Instituto, e em seguida, visita o Palácio dos Bandeirantes e a sala de ação onde ocorre o enfrentamento da COVID-19. As negociações foram intermediadas pelo secretário de Turismo do Estado de SP, o catarinense Vinicius Lummertz.
A FECAM é a primeira entidade municipalista do Brasil a assinar o protocolo de intenções com o Butantan. No dia 25 de novembro, uma equipe técnica esteve no instituto para encaminhar e garantir que a assinatura acontecesse ainda este ano. “Em cenário de incerteza sobre o Plano Nacional de Imunização, em meados de novembro nós agilizamos e tratamos de sinalizar que os municípios desejam o acesso a vacina”, destacou o presidente da FECAM, Paulo Roberto Weiss.
A Coronavac já está na fase III de desenvolvimento no país, a última etapa de estudo para obter o registro sanitário e a disponibilizar à população. A expectativa é estar disponível no primeiro semestre de 2021.Para combater a pandemia, é preciso uma cobertura vacinal de 80 a 85% da população para a chamada imunidade de rebanho.
“O ano de 2021 será de luta intensa contra o vírus. Um ano que seremos desafiados, continuaremos com as medidas que temos hoje com uso de máscara, distanciamento social e medidas higiênicas. Distribuir essa vacina e fazer isso em tempo curto é um grande desafio e muito importante”, destaca Covas.
Facilidades da Coronavac
O médico especialista em saúde pública, Jailson Lima, consultor em Saúde da FECAM, lembra que a Coronavac permite o armazenamento em refrigeração comum, reduzindo o custo por dose. Até a segunda quinzena de janeiro, poderão ser produzidas 46 milhões de doses da vacina no Brasil. Nesta semana, o governo de São Paulo anunciou que a partir de 25 de janeiro pretende vacinar a população, o que só irá ocorrer após a autorização da Anvisa.
Jailson destaca que os municípios que receberam recursos do governo para enfrentar à Covid-19 e deverão aplicar exclusivamente em ações de combate ao Coronavírus. “Comprar vacina é uma postura que significa imunizar e prevenir a doença, principalmente a prorrogação dela com sua letalidade no Brasil”, acrescenta.
As duas doses previstas para imunização, segundo a consultoria da FECAM, custam em média R$ 60 (R$ 30 cada dose). “De todas que se anunciam próximo a uma aprovação pela Anvisa, é a mais barata e mais fácil de logística e armazenamento”, acrescenta Jailson.
A Coronavac pode ser transportada a temperatura de geladeira (2°C a 8°C), tem validade de até três anos e pode ficar 27 dias em temperatura ambiente (fora da geladeira) sem perder as suas características. Mas por enquanto ainda não existe acordo para um volume de doses e início da imunização. Depois dessa fase, irá ser aplicada primeiro nos grupos prioritários, atendendo a critérios que serão definidos em um plano de imunização.
Depois da FECAM, municípios de outros Estados, como o Rio Grande do Sul e Pernambuco, procuraram a federação para saber como proceder para a ação de municipalização da vacina. Prefeitos gaúchos já confirmaram presença na quinta-feira para acompanhar o ato de assinatura.
Acompanharão a comitiva a vice-presidente da FECAM, Catia Tessmann Reichert (prefeita de Alto Bela Vista), os secretários da Federação, prefeita Sisi Blind (São Cristóvão do Sul) e prefeito João Carlos Gottardi (Corupá), o consultor em saúde da entidade e ex-prefeito, Jailson Lima e a assessora político-institucional, Dayna Maressa Pamato, acompanhados de prefeitos e prefeitas de todo o Estado catarinense.
