Estudo revela risco de extinção para 82% das espécies endêmicas de árvores da mata atlântica

Pesquisa coordenada pela USP e publicada na Science avalia a vulnerabilidade do bioma brasileiro.

Foto: IFFSC/ FlorestaSC

A Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e diversos do Brasil, enfrenta uma ameaça crescente à sua biodiversidade. Um estudo recente, publicado na revista Science em 11 de janeiro, revelou que um alarmante número de espécies arbóreas endêmicas – aproximadamente 82% das 2 mil identificadas – correm sério risco de extinção.

Este trabalho foi o resultado de uma extensa pesquisa liderada por Renato Lima, da Universidade de São Paulo (USP), e contou com a participação significativa de André Luís de Gasper e Alexander Vibrans, professores da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Realizado ao longo de mais de dois anos, o estudo envolveu a colaboração de nove pesquisadores do Brasil e de outros países. Utilizando critérios estabelecidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a pesquisa ofereceu uma avaliação detalhada sobre o grau de ameaça a quase 5 mil espécies arbóreas da Mata Atlântica, marcando a primeira vez que tal análise abrangente foi realizada para este bioma.

Além de sua relevância acadêmica, o estudo também forneceu insights vitais para a formulação de políticas públicas de conservação. Gasper, um dos pesquisadores envolvidos, destacou a importância da pesquisa no desenvolvimento de estratégias eficazes de preservação ambiental. Segundo ele, a avaliação detalhada da redução populacional das espécies e a classificação de seu grau de ameaça são fundamentais para direcionar recursos e esforços de conservação.

As estatísticas do programa FlorestaSC, que inclui dados da FURB, foram cruciais na análise de mais de 3 milhões de registros de herbários e inventários florestais. Esses registros detalhados abrangem informações sobre uso comercial, riqueza de espécies e variações nas populações existentes na Mata Atlântica.

Entre as espécies ameaçadas, destaca-se o pau-brasil, classificado como “Criticamente em Perigo” devido à drástica redução estimada de 84% de sua população. Além disso, árvores anteriormente comuns como a araucária, o palmito-juçara e a erva-mate também sofreram declínios significativos, sendo categorizadas como “Em Perigo”.

Este estudo ressalta a necessidade urgente de ações para a conservação deste patrimônio natural brasileiro, enfatizando a gravidade da situação atual e a importância de políticas eficazes para a preservação das espécies arbóreas da Mata Atlântica.

As informações foram publicadas no site da Universidade Regional de Blumenau (FURB). Confira a matéria original clicando aqui.


 

 


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