Por Claus Jensen
Todos os dias motoristas que passam pelas escolas de Blumenau, tem que ter o dobro cuidado por causa de alunos que repentinamente decidem atravessar a rua. A imagem foi registrada nas imediações da Escola Básica Municipal Gustavo Richard, localizada na Rua Henrique Reif, nº 477, no bairro Nova Esperança, em Blumenau. A cena mostra muito bem essa situação, onde o menino corre subitamente na frente do carro.
A poucos metros do local está a faixa de segurança de pedestres. Sabemos que esse tipo de situação não é novidade, mas é sempre bom lembrar que essa notícia poderia ter sido outra. Certamente os pais da criança que aparece no vídeo não gostariam de recebê-la.
A intenção não é criticar ninguém, mas reforçar a necessidade da conscientização no trânsito por parte de pais e professores. Nessa fase da vida é muito comum a falta de noção real de perigo, o que potencializa a ocorrência de acidentes.
“Educação para o trânsito e para a vida começa em casa. É onde a criança aprende a olhar os dois lados na rua antes de atravessar. Elas normalmente tem pouca capacidade de concentração, ou seja, focam em alguma coisa e logo partem para outra. Quando a criança sai da escola correndo, ela não está preocupada com o trânsito. Está empurrando o amiguinho, brincando, absorta naquele momento. A criança sempre acha que o carro vai parar para ela”, comenta a especialista em trânsito, Márcia Pontes.
Ela destaca a importância de educar os pequenos antes de entrarem na escola. Por sua vez, as unidades de ensino devem trabalhar o trânsito como tema transversal em todas as disciplinas.
Pontes também sugere que a Escola Pública de Trânsito (Seterb) atualize seu planejamento político pedagógico. Ela lembra que a legislação recomenda ter uma coordenação pedagógica, o que segundo a especialista não acontece em Blumenau.
Além disso, deveria trabalhar de forma mais próxima orientando pais e escolas. “Nossa Escola Pública de Trânsito não tem uma equipe qualificada de educadores. Em vez disso, usa agentes da GMT para essa função. Não adianta só pensar em educadores no Maio Amarelo ou na Semana do Trânsito. Tem que ser o ano todo”, finaliza a especialista.