Especialista afirma que empresas não devem cortar investimentos em momentos de crise

Foto: Fernanda Rodriguez
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Diretor da Magnus Consultoria dá dicas para não sofrer com mudanças na economia

As previsões para a economia brasileira em 2015 não estão entre as mais favoráveis. Após dois trimestres seguidos com o Produto Interno Bruto (PIB) negativo, diversos economistas já citam uma “recessão técnica” no Brasil. Em uma situação como essa, os mercados internos e externos começam a ficar apreensivos, dúvidas sobre como se preparar para uma crise ou organizar os investimentos podem surgir para empresários de todos os portes. No entanto, para o diretor da Magnus Consultoria, Magnus Wolfram, cortar todos os investimentos não é o melhor caminho num momento como esse. “É importante que a empresa se mantenha flexível em sua estrutura para poder se adaptar ao mercado, não em sua essência, mas sim, na forma de atuação”, afirma.

Para Wolfram, pequenas e médias empresas podem seguir os passos de grandes corporações e fazer análises de suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (a chamada análise SWOT), para assim identificar onde a empresa está vulnerável e preparar um plano de ação para amenizar o problema numa possível baixa do mercado. “Quando a empresa tem problemas, tanto de gestão quanto mercadológicas, ela se torna refém da volatilidade do mercado. As empresas desorganizadas sempre são as mais afetadas, independentemente da área de atuação”, ressalta.

Investimentos: retrair ou aproveitar a oportunidade?

De acordo com o especialista, por falta de informações confiáveis muitas empresas acabam cortando todos os investimentos num cenário de economia desfavorável, enquanto poderiam garantir o desenvolvimento. “É preciso manter os objetivos fixados e não se dispersar com boatos. O medo do desconhecido pode acarretar em decisões e investimentos errôneos. As organizações podem passar por momentos que precisam investir para garantir o desenvolvimento da empresa, e ter resultados negativos, algumas vezes, é investimento e não retrocesso.” sinaliza Wolfram.

Durante um período de crise ou recessão, criatividade é um ponto ainda mais importante para as empresas que buscam a diferenciação. “Os clientes também estarão inseguros e se destaca a empresa que consegue manter um bom relacionamento e a confiança do cliente. Equilíbrio mental, emocional e econômico são de extrema importância para os gestores que precisam manter a cautela e avaliar as oportunidades da situação, mesmo que em um cenário instável”, elenca.

Redução de custos é uma necessidade quando se tem restrições de mercado, mas Wolfram destaca que é preciso manter o desenvolvimento das pessoas e dos processos. “É muito comum em momentos de crise que as empresas comecem os cortes pela folha de pagamento, esse é provavelmente o maior erro das organizações. Trocar mão de obra especializada por mão de obra barata compromete todo o desenvolvimento da empresa e pode prejudicar os resultados. É importante manter as pessoas e processos para o bom funcionamento da empresa, afim de garantir a entrega de produtos e serviços com qualidade e não perder espaço no mercado”, finaliza o consultor.

Texto: Lucas Paraizo