Espaço Cultural Casa do Comércio será inaugurado em Blumenau

Obra-Haraldo-Dietrich

Texto: Karin Bendhein

Essa semana Blumenau receberá com mais um local para a cultura: o Espaço Cultural Casa do Comércio. A inauguração será na quinta-feira, 21, às 19h30, na Casa do Comércio com a exposição ASSEMBLAGE BLU, do artista blumenauense H. Dittrich, que trabalhou durante 16 anos na CDL Blumenau. O evento será fechado para convidados, mas a partir da sexta-feira, 22, o espaço ficará aberto ao público, que poderá visitar a exposição em horário comercial.

O evento faz parte das comemorações dos 50 anos da CDL Blumenau, celebrado em 22 de julho. “Todos os meses vamos promover ações para comemorar os 50 anos da entidade. Queremos nos aproximar dos associados e da comunidade blumenauense e retribuir o apoio de todos”, conta o presidente da CDL Blumenau, Helio Roncaglio. As obras devem ficar expostas até 20 de março.

A exposição ASSEMBLAGE BLU contará com vinte obras, que harmonizam madeira de demolição com metalização. H. Dittrich explica que Assemblage é um termo francês, que identifica o tipo de trabalho feito por ele – escultura Assemblage – e o BLU é, naturalmente, em homenagem à cidade. “Estou muito honrado com o convite, principalmente por poder abrir esse espaço, ainda mais que Blumenau tem muitos artistas bons e conhecidos, enquanto eu sou novo na área”, conta Dittrich.

 

Haraldo-DietrichHaraldo Dittrich

A história de Haraldo Dittrich com a arte começou há muito tempo. Aos 12 anos ele foi aprendiz de marceneiro por cerca de dois anos, em Pomerode, onde morou dos cinco aos 20 anos. “Lá aprendi a manusear a madeira e as ferramentas. Peguei gosto pelo cheiro da madeira”, revela o artista.

Mas foi há cerca de 15 anos que Dittrich começou a produzir peças de artesanato. Nos horários de folga fazia baús de madeira e vendia para floriculturas. Chegou a atender 16 lojas desse segmento. “Nessa época eu já trabalhava na CDL Blumenau e fazia os baús fora do meu expediente, à noite e nos finais de semana. Mais adiante, como assumi outras funções na entidade, que me absorviam carga horária mais intensa, resolvi parar com as peças”, explica.

Mas, o despertar pelas obras que serão expostas no Espaço Cultural Casa do Comércio foi por volta de 2012. “Eu tinha um espaço na minha casa que pedia um quadro, mas não achava nada no tamanho adequado. Até que resolvi tentar algo e aí surgiu a minha primeira obra. Os parentes e amigos que me visitavam gostaram e começaram a pedir e eu fui fazendo”, conta o artista, que produz de uma a duas peças por semana.

Sobre a inspiração para as obras, Dittrich, diz que vem da vida. “Não me fixo a um objeto específico, gosto da diversidade. Inspiro-me em coisas do dia a dia, como um disco de vinil, uma música do Pink Floyd, a minha gatinha Agatha ou um ideograma oriental, por exemplo”, cita o Dittrich.

No ateliê, o artista usa muita madeira de demolição, cabos de aço e faz metalização de MDF em ouro, bronze, cobre ou prata. Uma das características do trabalho de H. Dittrich é a perfeição das formas. “Sou milimétrico na execução de cada detalhe”, revela.