Escola Lauro Müller conquista 73 medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

EBM Lauro Müller

Texto: Talita Catie

No ano da Copa do Mundo no Brasil, a bola perdeu o lugar no gramado da Escola Básica Municipal Lauro Müller. Em uma ação inédita, o campo de futebol deu espaço para um projeto audacioso de lançamento de foguete. A atividade, um tanto diferente, foi apenas uma das muitas tarefas desenvolvidas pelos alunos do 1º ao 9º ano em preparação à 17ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.

O resultado de meses de empenho e dedicação ao tema será divulgado na quinta-feira, dia 27, às 18h30, quando serão conhecidos os 73 alunos que pela primeira vez na história da rede pública municipal de Blumenau conquistaram medalhas no maior evento estudantil nacional de Astronomia e Astronáutica. As 59 medalhas de ouro, cinco de prata e nove de bronze serão entregues aos estudantes pelo prefeito Napoleão Bernardes e pela secretária de Educação Helenice Luchetta. A solenidade de premiação será realizada no salão da Igreja São João Batista, situada na rua Heinrich Hemmer, 2.876, no Badenfurt.

Para alcançar esse sucesso surpreendente, o professor de informática da escola e idealizador do trabalho, Delvaine Pussinini, uniu professores e alunos de forma unânime para desenvolver as ações previstas no regulamento da olimpíada. “Todos abraçaram de imediato a ideia de trabalhar os conteúdos indicados pela comissão organizadora do evento para que os alunos pudessem realizar a prova e ter um bom resultado”, conta ele, entusiasmado.

Delvaine explica que os temas foram inseridos de forma natural nas aulas. Na disciplina de português, por exemplo, a produção de texto e a contação de histórias foram trabalhadas com livros sobre astronomia e astronáutica. Os professores de história abordaram questões como a astronomia antiga e os de matemática conteúdos como ângulo. “Foi um trabalho complexo, que exigiu muito planejamento de todos os profissionais em todas as disciplinas”, afirma.

A preparação

A olimpíada avalia o conhecimento dos estudantes através de uma prova, que nesta edição foi aplicada no dia 16 de maio. Ela é dividida três níveis, de acordo com a série dos estudantes. Do 1º ao 3º ano, nível 1; Do 4º ao 5º ano, nível 2; e do 6º ao 9º ano, nível 3. A avaliação aborda os mesmos temas em todos os níveis, porém com uma profundidade maior. São questões sobre assuntos como, por exemplo, atmosfera, pontos cardeais, fases da lua, estações, aviões, satélites, foguetes, planetas, sistema solar, fenômenos físicos e químicos e gravitação.

Para conseguir trabalhar todos os assuntos antes da data da prova, os temas foram divididos por turmas, que depois compartilharam os conhecimentos com os demais estudantes em apresentações e numa mostra de astronomia e astronáutica realizada pela unidade. Além das aulas teóricas, foi desenvolvida uma atividade prática sobre cada conteúdo trabalhado. O resultado foi a produção de relógios solares, de um planetário, de um boneco em tamanho real de astronauta feito com material reciclável e o mais especial para os alunos: o foguete.

Produzido com garrafas de refrigerante e água, ele foi confeccionado pelos estudantes respeitando as especificações técnicas previstas no regulamento da olimpíada. A base de lançamento foi produzida com canos e o lançamento de foguete foi realizado através do sistema de ar comprimido, sem a utilização de combustíveis fósseis. “Foi um grande desafio, mas que superamos com muito sucesso. Nossos trabalhos ficaram ótimos e o foguete ultrapassou os 200 metros de altura”, diz o idealizador do trabalho. “Estamos muito felizes com o resultado deste trabalho, que só teve todo este sucesso devido ao empenho e dedicação dos professores, alunos, coordenadores e direção”, agradece Delvaine.

A olimpíada

A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica é organizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira e pela Agência Espacial Brasileira, com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação MCTI. O objetivo é fomentar o interesse dos alunos pelo tema e difundir de forma lúdica e cooperativa os conhecimentos básicos sobre os assuntos.

Neste ano, 772.257 alunos de todo o Brasil realizaram a prova da olimpíada, distribuídos em 8.648 escolas. A Escola Básica Municipal Lauro Müller e a  EBM Loresita Bollmann foram as únicas da rede pública municipal a participar e contou com 266 estudantes realizando a prova. Todos eles receberão um certificado de participação. Os 73 alunos que tiraram as melhores notas receberão também medalhas.

via PMB