Entrevista coletiva de Aécio Neves para a imprensa antes do comício

Na tarde desta quinta-feira (25), Blumenau recebeu a visita do candidato à presidente Aécio Neves (PSDB). Ele desembarcou do helicóptero juntamente com o candidato ao Governo ao Estado Paulo Bauer, no campo do Grêmio Esportivo Olímpico por volta de 17h10min. Antes de seguir para a Praça Dr. Blumenau, onde uma multidão o aguardava, ele concedeu uma entrevista coletiva à imprensa.

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Aécio Neves: É uma enorme alegria estar mais uma vez em Santa Catarina. Ainda mais em Blumenau, cidade dos meus grandes companheiros, Napoleão Bernardes e Paulo Bauer; no momento em que nossa candidatura cresce em todas as regiões do Brasil, inclusive aqui. Eu tive a oportunidade, em outra ocasião, de estar ao lado do meu amigo Napoleão. Vim pegar a boa energia do povo catarinense, para dar ao Brasil um governo decente e eficiente.

Eu quero hoje reiterar meu compromisso, de dar ao Brasil a logística necessária para que nós possamos ter maior competitividade. O estado de Santa Catarina é um estado extremamente importante do ponto de vista da indústria brasileira. Temos aqui o segundo polo têxtil do país, e não há hoje a logística necessária para o escoamento da produção. Portanto, existem inúmeras obras, especificamente aqui, como a duplicação da BR 470, que é uma reivindicação antiga e sempre adiada por esse governo. Temos que cuidar também de obras para inibir as enchentes. Obras permanentes, e não apenas emergenciais.

A nossa proposta fundamental é de fazer o Brasil voltar a crescer. A nossa candidatura é a única que tem as condições de resgatar a credibilidade perdida do Brasil, para atrair novamente os investidores para serem parceiros nessas obras de infraestrutura e principalmente na retomada da geração de empregos, que infelizmente estão indo embora. Empregos que deveriam estar sendo gerados no Brasil estão sendo gerados em outras partes do mundo, pela incapacidade desse governo de fazer a indústria e o pais crescerem.

Estamos a pouquíssimos dias de uma decisão absolutamente fundamental na vida do país, e claro também de Santa Catarina. Por isso tenho um orgulho enorme de estar aqui, ao lado de um dos mais talentosos políticos que conheço, o Senador Paulo Bauer. Tenho a absoluta convicção que a nossa parceria será boa para Santa Catarina e também para o Brasil.

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Sobre política internacional. É possível na sua avaliação chegar a algum acordo com uma organização terrorista como estado islâmico?

Aécio Neves: Olha, foi lamentável o posicionamento da senhora Presidente da República na ONU. Em primeiro lugar, ela ocupou a tribuna oferecida a um chefe de estado, para fazer vergonhosos autoelogios ao seu governo. Parecia que estava ali gravando para propaganda eleitoral. Isso foi encerrado com uma manifestação patética, e que será registrada nos anais daquilo tudo que se deve condenar em diplomacia. Ela propôs diálogo com uma organização criminosa, que decapita pessoas. A ação liderada pelos Estados Unidos, inclusive com a participação de países Árabes, foi feita para inibir o crescimento, repito, de uma organização criminosa.

Sobre as denúncias de desvio de dinheiro na Petrobrás. O que o senhor tem a dizer?

Aécio Neves: Olha, ninguém aguenta mais acordar todo dia e abrir o jornal para saber qual é o escândalo do momento. O que o governo do PT vem fazendo com as nossas principais empresas, infelizmente, é um ato quase de leso à pátria. Eu liderei no Congresso Nacional a instalação da CPMI, ao lado de vários senadores, inclusive o Senador Paulo Bauer. Porque os indícios de desvios daquela empresa eram muito fortes.

O que se descobre hoje, segundo a Polícia Federal, é que existe uma organização criminosa atuando no seio da maior empresa pública brasileira. E quem denuncia, é um diretor nomeado e mantido por esse governo.

Não bastasse as denúncias iniciais do Sr. Paulo Roberto, que hoje está preso, apenas na área dele, eu resolvi fazer alguns cálculos. O que ele diz que foi desviado para a base aliada, permitiria que 450 mil crianças estivessem nas creches, muitas aqui no estado. Permitiria que 50 mil habitações pudessem ser construídas e dar dignidade à vida de 50 mil famílias brasileiras. E agora estamos vendo que essa teia se estende por várias outras obras.

Sobre a Refinaria Abreu Lima, eu fui à tribuna várias vezes denunciar que não era possível uma obra ser orçada em R$ 4 bilhões, e já ter gasto mais de R$ 25 bilhões, sem estar estar concluída. E estamos vendo agora o que aconteceu: superfaturamento. Quem diz isso não é o presidente do maior partido de oposição ou candidato à presidente. É o Tribunal de Contas da União que diz que houve superfaturamento naquela obra.

Eu vou assumir a Presidência da República para limpar o Brasil. Para devolver a Petrobrás aos brasileiros. Tirá-la das mãos desse grupo político que está fazendo negócios nela e provavelmente em outras áreas do governo. Por isso eu tenho muita convicção, pelo bem do Brasil, que estaremos no segundo turno. Porque quem pode derrotar o governo do PT e botar ordem no Brasil, iniciando um ciclo de desenvolvimento, geração de empregos, crescimento da economia, com ética na gestão pública, somos nós.

O Brasil não é para amadores. A Presidência da República não é lugar para aprendizado. Nós temos experiência, competência, compromisso com o Brasil e coragem para fazer o que é necessário para o país encontrar um novo ciclo de desenvolvimento.