Entenda a atuação dos bombeiros nas quedas de veículos em ribanceira

Segundo a corporação, a palavra de ordem nestas situações é segurança, tanto das vítimas, quanto das equipes de atendimento, portanto cada passo nestes casos é analisado.

O Corpo de Bombeiros Militar detalhou no início da tarde desta quarta-feira (16/03/22) como as equipes atuam em quedas de veículos em ribanceiras. O foco foi no acidente que aconteceu com o caminhão militar por volta das 8h30 na Rua Belmiro Colzani, no bairro Progresso, em Blumenau.

Segundo a nota, desde a manhã a corporação atua no resgate de múltiplas vítimas em um acidente envolvendo um veículo do Exército Brasileiro. “Para que se tenha clareza em relação aos trabalhos nestas situações, a Coordenadoria de Resgate Veicular da corporação, esclarece alguns detalhes sobre como funcionam os atendimentos.

A palavra de ordem nestas situações é segurança, tanto das vítimas, quanto das equipes de atendimento, portanto cada passo nestes casos é analisado.

A primeira ação das equipes de plantão do CBMSC que chegam ao local é a análise do cenário, colhendo as primeiras impressões sobre a situação. Neste caso de hoje, de queda de veículo de grande proporção, com diversos ocupantes e envolvendo trabalho em ribanceira, é necessário ter ainda mais atenção, já que os riscos são inúmeros.

A equipe de plantão deve ter cautela na aproximação, por conta da instabilidade do local, especialmente em um terreno atingido pela chuva. Nestes casos, pelo fato de ser em um barranco, as próprias equipes podem sofrer um acidente. Pois, diferente de um terreno plano, que mesmo escorregadio há formas de contornar obstáculos, nesta situação nem sempre é possível.

O primeiro passo na observação do cenário é a verificação do número de vítimas e, dentro do possível, analisar as condições delas.

Após a análise, iniciam-se os procedimentos de estabilização. Com todo o cenário seguro, os socorristas podem se aproximar mais e até mesmo entrar no veículo, buscando mais informações sobre o panorama – o que em situações em ribanceira são difíceis de apurar rapidamente, pois há grande restrição de mobilidade e até mesmo de visibilidade.

Com a devida avaliação, há a mensuração de quantas vítimas são, gravidade das lesões e então se inicia o planejamento para o desencarceramento e extração das vítimas das ferragens. Quando se trata de múltiplas vítimas, o protocolo indica a verbalização de orientações para aqueles que conseguirem se locomover por meios próprios assim o façam, auxiliando os socorristas. Reforçando que a segurança é a prioridade, portanto é explicado para as vítimas que mesmo aquelas com lesões menores não devem se mover.

Destaca-se que ocorrências com múltiplas vítimas são um grande desafio, tanto pelas características do atendimento quanto pela necessidade de grande mobilização de viaturas e aeronaves.

Desencarceramento

Quando é necessário fazer a retirada de uma vítima presa em ferragens, o chamado desencarceramento entra em ação, com equipamentos e ferramentas que pesam entre 18 e 23 kg, sendo outro desafio para as equipes de socorro. Transportar ferramentas pesadas por áreas instáveis é bastante complexo.

Nos casos em que as vítimas ficam debaixo do veículo acidentado, é necessário realizar a elevação para a retirada das pessoas. E, nestes casos, há uma nova instabilidade momentânea da cena, trazendo novamente riscos.

Tempo de atuação

Todos os procedimentos realizados na área de resgate veicular devem ser planejados, visando proteger os bombeiros e também as vítimas. Portanto, é comum que os atendimentos levem algumas horas para a realização. Jamais é possível prever qual o tempo de duração de uma ocorrência, uma vez que a situação pode evoluir por uma série de fatores.

Outro detalhe importante que estende o tempo de operação diz respeito a avaliação das vítimas. Todas elas (mesmo as que tiverem ferimentos leves) devem passar por triagem e protocolo antes da condução ou liberação. Sendo assim, o elemento agilidade existe, porém, sem causar insegurança ou agravando eventuais lesões.”